segunda-feira, 1 de novembro de 2010

509 Anos da Baía de Todos os Santos

A maior baía do Brasil comemora 509 anos em data de hoje, 1º de novembro. A Baía de Todos os Santos tem extensão de 1.052 km² e profundidade de até 42 metros, com toda a sua beleza natural formada por lugares paradisíacos desejados tanto pelos nativos como pelos turistas. Para quem é leigo no assunto, esta extensão equivale aproximadamente a área da cidade do Rio de Janeiro, a segunda maior metrópole do Brasil.

São 56 ilhas, dentre as quais a maior e mais importante é a de Itaparica, seguida pelas ilhas dos Frades, de Maré, Bom Jesus e a Estação Ecológica da Ilha do Medo. As suas águas abrangem os municípios de Cachoeira, Candeias, Itaparica, Jaguaripe, Madre de Deus, Maragogipe, Salinas da Margarida, Salvador, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Saubara, Simões Filho e Vera Cruz.

A Baía de Todos os Santos compõe-se de um conjunto de três baías, que forma um pequeno golfo. A primeira inclusa é a própria Baía de Todos os Santos, a Baía de Aratu e a Baía de Iguape. A Baía de Aratu é a mais vasta de todas destaca-se pela profundidade e por compreender a área petrolífera, abriga atualmente as instalações do porto de mesmo nome e da Refinaria Landulfo Alves. Suas margens possuem uma das maiores reservas de petróleo em terras continentais do País.

Já a de Iguape está localizada no Rio Paraguaçu, sendo rodeada pelo município de Maragogipe e as vilas, Santiago do Iguape, São Francisco do Paraguaçu e Nagé.A Baía do Iguape possui aproximadamente 42.000 habitantes que vivem, basicamente, da pesca artesanal, agricultura do fumo e pequenas agriculturas familiares.

História A descoberta se deu em 1501 por uma expedição portuguesa enviada para reconhecer as novas terras descobertas um ano antes por Pedro Álvares Cabral.

E esta expedição aportou nestas águas exatamente no dia 1º de novembro, Dia de Todos os Santos, comandada por Gaspar de Lemos, acompanhado por Américo Vespúcio, cartógrafo e escritor italiano que daria nome a todo o continente americano, passou a nomear todos os acidentes geográficos de acordo com os santos dos dias onde os mesmos eram identificados, cabendo à baía, local mais tarde escolhido para ser fundada a cidade que seria a sede da primeira capital brasileira, Salvador.

E desde então esta extensão de águas causou interesse em navegadores europeus por se tratar de um excelente ancoradouro natural e por suas terras que margeiam possuírem boa fertilidade. A Baía de Todos os Santos foi berço da civilização colonial lusa nas Américas, abrigando no século XVI o maior porto exportador do Hemisfério Sul, de onde eram enviados às metrópoles europeias a prata boliviana e o açúcar brasileiro, sendo o porto de Salvador o que mais recebeu escravos africanos do Novo Mundo.

Foi considerada alvo de medida de preservação, através do Decreto Estadual 7.595 (de 5 de junho de 1999), como Área de Proteção Ambiental - APA Baía de Todos os Santos. Nela estão incluídas as águas da baía e suas ilhas. Que abrange os municípios de Cachoeira, Candeias, Itaparica, Jaguaripe, Madre de Deus, Maragogipe, Salinas da Margarida, Salvador, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Saubara, Simões Filho e Vera Cruz.


Problemas na baía

Os mais recentes problemas e sérios ocorridos na Baía de Todos os Santos aconteceram há três anos atrás (abril de 2007) quando enfrentou um fenômeno natural conhecido como “maré vermelha” , que também provoca alteração na coloração da água, causando a mortandade de toneladas de peixes, inclusive a principal região afetada pelo fenômeno foi a desembocadura do canal de São Roque do Paraguaçu, entre Salinas da Margarida e Santo Amaro, passando pelas localidades de Bom Jesus dos Pobres, Cabuçu, Itapema, Acupe e outras áreas adjacentes.

De acordo com o laudo técnico divulgado na ocasião pelo Centro de Recursos Ambientais (CRA), a ocorrência foi resultado das altas concentrações da espécie de microalgas Gymnodinium sanguineum no mar. Em altas densidades, essas algas produzem grande quantidade de matéria orgânica, o que causou a obstrução das brânquias dos peixes, levando-os à morte por asfixia.

A situação ainda foi agravada pela redução do oxigênio disponível na água em função da decomposição da matéria orgânica gerada. Esta conclusão se deu após estudos de uma equipe multidisciplinar formada por professores dos institutos de Química e de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), da Escola de Medicina Veterinária da Ufba, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), de Santa Catarina, e do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet).

Na ocasião, o professor Eduardo Mendes da Silva, do Instituto de Biologia da Ufba, afirmou que a maré vermelha ocorre principalmente por conta de condições climáticas estáveis e do aumento de nutrientes na água. Para o estudioso a estabilidade climática verificada no mês de março colaborou para a reprodução intensa das algas porque foram praticamente 30 dias sem as costumeiras chuvas e os ventos fortes da época.

Também em abril de 2009 um vazamento de óleo da refinaria da Petrobras Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, contaminou a Baía de Todos os Santos atingiu praias na região. De acordo com a empresa o óleo derramado era uma mistura de água com hidrocarboneto, incolor, mas viscoso e com forte cheiro e a maior parte do que vazou ficou retida no canal de água que liga a refinaria à baía. Em maio deste mesmo ano houve derramamento de óleo em Madre de Deus, provocando a mortandade de grande quantidade de peixes.

Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=63635

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