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terça-feira, 12 de abril de 2011

Música baiana em estado de imbencibilidade


Por Vanderley Soares

Quando alguém pronuncia a palavra analfabetismo na Bahia, e se essa declaração parte de um acadêmico, branco ou da elite, parece tratar-se de racismo, discriminação e ódio.

Quando dizem que o som do berimbau é simplório e que qualquer um pode reproduzi-lo sem maiores conhecimentos instrumentais, por possuir apenas uma corda, logo diriam: é mais um que odeia as raízes baianas, suas influências e sua cultura. Isso já ocorreu na Bahia e deu muito pano pra manga.

E quando dizem que a música baiana está cada dia pior e que o pagode não passa de mais um sonoro palavrão multiplicado por milhares de incautos, ignaros e estúpidos, certamente repetiriam: trata-se de mais um a ver-nos como sub-raça, desinformados e inconformados.

Pois é. E quando essa declaração parte de um pardo, de origem negra e indígena, e que cursou apenas o segundo grau? Aí, certamente dirão, trata-se de um oportunista, um comunicador frustrado ou de alguém que não conseguiu galgar os seus objetivos.

Pois bem. Esse rodeio, meio despretensioso, mas importante, é para falar do grau de imbecilidade a que chegou a música baiana, principalmente ao pagode aqui produzido e consumido. Não falo do Axé, que apesar da mesmice, não usa palavrões nem ridiculariza a Bahia como Estado analfabeto.

Como estudei numa das escolas mais influentes da Bahia, principalmente nos anos 50 e 60, o Colégio Central, participei da coletânea poética em homenagem ao sesquicentenário da instituição, fiz teatro e poesia nas ruas de Salvador, pronunciar algumas palavras (ões) e gestos obscenos da música baiana é assinar embaixo aos que dizem da Bahia, no Brasil afora, a de que é um povo mal educado e que só gosta de balançar o bundalelê.

E, vendo de perto, em algumas coberturas jornalísticas Bahia adentro, chego a interrogar-me quanto às minhas origens. Chego a duvidar que tivemos em nosso berço um Raul Seixas, um Castro Alves, um Wally Salomão, um Jorge Amado – que, mesmo produzindo alguns palavrões, nunca foi um turpilóquio, e tantos outros que enalteceram e alguns que ainda enaltecem e fazem lembrar que tínhamos uma cultura.

Mas, quando vou ao Campo Grande e ouço Caetano Veloso dizer que Xanddy é lindo e que ele é uma das novas expressões culturais da Bahia, chego a duvidar que sou baiano de verdade, daquele que comeu tripa seca e farinha de rosca pra não morrer de fome. E acho Caetano uma das maiores expressões da música mundial, apesar de requentar, vez ou outra, alguma música que no passado foi considerada brega.

Aí me conformo e vou ouvir um pouco de Xangai, onde, entre as suas pérolas, fez o ABC do preguiçoso, que endossa a tese dos sulistas de que o baiano só é gente até o meio-dia. E então, o que será o baiano durante a tarde? É uma legião de trabalhadores, cujo estigma de preguiçoso foi amplamente difundido pelos meios turísticos, uma forma de falar da tranquilidade, da “maresia” e do sossego baiano.

O saudosismo aflora e me remete à década de 1980. Lá, até 1985, os shows em Salvador, no projeto verão, no Centro de Convenções da Bahia, eram bastante disputados. No palco, Gil, Caetano, Milton, Beto Guedes, Barão Vermelho e tantos outros que arrastavam multidões. Na Barra, shows com Moraes Moreira, Luiz Caldas e Armandinho com A Cor do Som encantavam e lotavam a praia.

Retorno ao meu trabalho de coberturas de eventos com música baiana e lá, estampada em minha frente, uma multidão de 20, 30 mil pessoas numa avenida. As meninas, os meninos, dançam como se tivessem sido libertados naquele instante. Mais parece um balé de zumbis, daquele extraído dos filmes de terror das décadas de 70 e 80. Ou então em um orgasmo coletivo, algo do tipo promovido César ou qualquer outro Calígula da nossa imaginação.

Em uníssono, eles repetem as frases, os refrões e fazem todo o gestual obsceno para completar o enredo empobrecedor. O vocalista da banda grita, berra e pede para que todos ecoem aos quatros cantos: “Aponte o corno aí, diga que é corno”. E todos riem, como num circo, mas deveriam chorar ao debruçar a cabeça no travesseiro.

A grande maioria desempregada, deseducada e pobre. Desiludida pela face cruel do ensino que lhes oferecem nas escolas públicas, entregam-se aos bailes horrendos como se fossem a última ópera da vida deles. E se entregam de corpo e alma à missão.

Os maiores patrocinadores da música baiana no interior são as prefeituras, que gastam somas vultosas em festas, micaretas, aniversários e inaugurações, contratando bandas que em nada enriquecem a cultura popular, em detrimento do folclore, das raízes de cada cidade e de sua história. E lá se vão tubos e mais tubos de dinheiro público pelo ralo.

E voltam para casa sem saber um verso de Vinícius de Morais, sem ter-se envaidecido em ser brasileiro ao ouvir Pixinguinha, em ter-se delirado com os versos não menos preguiçosos de Dorival Caymmi, em ter-se deleitado à sonoridade de Bethânia e Gal, ou ter-se maravilhado ao som poético de Gilberto Gil. “Esses moços, pobres moços, a se soubessem o que eu sei”, disse Lupicínio Rodrigues em uma de suas canções imortalizada na voz de Gilberto Gil.

E aí vão me perguntar o que tenho feito para mudar o que já está construído. Nada. Sinto-me impotente. Apesar de radialista de profissão, jornalista por paixão, não consigo convencer ninguém do contrário. A música baiana vai continuar tocando assim durante muito tempo. Mas um dia acaba. Lutar contra o mercado é muito difícil. É uma máquina de fazer dinheiro a qualquer custo. E ninguém está preocupado com a educação, com a cultura, com o folclore. A mídia baiana enaltece, enobrece, escancara esses palavrórios como deuses. Até que duas meninas aparecem decapitadas numa esquina qualquer. De quem é a culpa?

*Vanderley Soares é radialista e jornalista, editor do Jornal Gazeta dos Municípios/Alagoinhas-Bahia

Fonte:http://www.teiadenoticias.com.br/artigos/artigos/musica-baiana-em-estado-de-imbecilidade

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acabou o Carnaval: e daí...

Sobre carnaval, abadás, cordas e povo


Houve um tempo em que eu caí na armadilha de bradar aos montes, além dos montes e trás-os- montes sobre o quanto carnaval e futebol eram “instrumentos de alienação do povo” e aquele papinho todo radical que certamente você já leu e ouviu por aí.

Bobagem, é claro. Nada como a maturidade para que possamos refletir algumas idéias e expressões. Não me envergonho do fato de ter dito tais coisas, talvez de forma até ingênua, mas sim de ter embarcado numa espécie de preconceito ao que costumava ser uma manifestação popular e espontânea. O carnaval, segundo Roberto DaMatta, é “um movimento numa sociedade que tem horror à sociabilidade, sobretudo a mobilidade que permite trocar efetivamente de posição social”.

Se não podem vencê-los, juntem-se a eles – ou melhor, tome o lugar deles e criem suas próprias regras. Notem que falei do carnaval como manifestação que costumava ser popular e espontânea. Hoje, o jogo virou e não tenho lido ou escutado com tanta freqüência sobre a “alienação do carnaval”. Quando algo – seja material ou imaterial – deixa de ser exclusivamente de domínio popular, é possível falar-se até na beleza que nasceu das classes populares e hoje “frequenta as mesas dos restaurantes mais requintados da cidade”. Lembrei-me da boa e velha cachaça.

Estaria exagerando ou caindo no discurso “a culpa é das elites que tornaram o carnaval mais uma fonte de lucro”? Ora, apenas presto atenção a alguns detalhes. Vejamos o que acontece em Salvador, quando aquela multidão invade as ruas da capital baiana para sair atrás dos trios elétricos. Surpreenda-se com este dado: 60% da população de Salvador passa o carnaval em casa, assistindo filmes, ouvindo música ou acessando a internet. Tal informação motivou até uma brincadeira sem graça feita por Marcelo Tas – e, se me permitem, Tas é um excelente comunicador e jornalista, mas um sofrível humorista, caso ele insista em perseguir tal rótulo.

O que acontece neste carnaval de Salvador é bastante emblemático: pessoas uniformizadas com o que se chama “abadá” – os blocos mais famosos custam uma pequena fortuna – separadas do resto do povão por uma corda. Neste espaço entram apenas aqueles que pagaram, uma espécie de ingresso. Para quem procura um pouco mais de conforto existem os camarotes, também alguns com preços cujos valores são quase surreais. A estrutura dos camarotes toma o espaço que antes era ocupado pelo povo que não pagava para brincar o carnaval, o chamado “folião pipoca”. Este prefere ficar em casa ou viajar com a família a pagar cerca de 800 reais pelo abadá do Chiclete com Banana – preço válido para um único dia.

E o supra-sumo acontece quando as músicas de duplo sentido ou conotação sexual - que sempre existiram, é bom ressaltar - condenadas veemente por “serem grotescas, de baixo nível e denegrirem a imagem da mulher” recebem até coreografia daqueles que, fora deste espaço, condenam o cantor e banda por “promoverem a baixaria”. É curioso observar como no carnaval o “pode tudo” legitima o que normalmente se condena.

Por isso mesmo vejo com bastante simpatia a tentativa de resgate dos tradicionais blocos carnavalescos de rua, como já acontece em algumas cidades do Brasil e até mesmo em boas iniciativas que há neste sentido na capital baiana. Não faço pregação pelo fim das escolas de samba no Rio ou dos abadás em Salvador – são fontes de emprego e renda para muita gente. Apenas que o caráter popular do carnaval seja efetivamente resgatado ou que continue firme nos lugares onde isso ainda não se perdeu.

Mais feio do que aquela segregação explícita da corda que acontece no carnaval de Salvador só mesmo Bell Marques raspando a barba e ganhando, segundo se comenta por aí, R$ 2 milhões para tal ato. Isso, sim, é uma injustiça: sou tão desafinado quanto ele, sei rimar "amor" com "ô ô ô" e sou menos feio. E minha barba não encrava!

Fonte: http://grooeland.blogspot.com/

Bomba no Carnaval de Salvador

Policiais militares de Salvador encontraram um artefato suspeito de ser explosivo, na madrugada desta terça-feira (8), no bairro Piedade, próximo ao circuito Campo Grande. Segundo Secretaria de Comunicação da Bahia, o Departamento de Polícia Técnica iniciou o trabalho de perícia do material por volta da 1h. O objeto foi detonado no local como medida de precaução. Seguindo o procedimento padrão, a área precisou ser isolada para que os técnicos efetuassem a detonação.

Polícia isola parte de avenida no Campo Grande para averiguar material suspeito de ser explosivo (Foto: Francisco Carlos/Agência Haack)
Segundo a polícia militar, o artefato foi deixado embaixo de um posto policial no bairro da Piedade, onde fica o circuito Campo Grande, o maior e tradicional carnaval da região.

O trecho onde estava o explosivo foi bloqueado. A Divisão Antibomba da polícia esteve no local e detonou o objeto.

De acordo com informações dos militares, ainda não tem pista de quem colocou a suposta bomba no local. Nenhuma testemunha soube apontar suspeitos.

O suposto explosivo já foi encaminhado para o Departamento de Perícias Técnicas, onde será analisado.

Fonte: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/03/policia-de-salvador-isola-area-no-campo-grande-por-suspeita-de-bomba.html
http://noticias.r7.com/cidades/noticias/ameaca-de-bomba-interrompe-carnaval-em-salvador-20110308.html

quinta-feira, 3 de março de 2011

Carnaval de Maragojipe - Bahia


Famoso pelas belíssimas fantasias e máscaras presentes em todo o período carnavalesco, o Carnaval de Maragojipe encanta baianos e turistas de todas as partes do mundo. Tombado como Patrimônio Imaterial da Bahia, em 2009, a folia manteve a tradição dos antigos carnavais, inspirados nos bailes e festas da Europa.

As máscaras feitas com tecidos, plástico ou papel machê são uma atração à parte na festa de Maragojipe. As cores, formas e criatividade utilizada nas peças, fascinam quem, pela primeira vez, participa da folia. Além dos adereços, as fantasias de careta, pirata, herói e bombeiro, criam a magia do Carnaval da cidade, que apenas traduz a alegria do seu povo.

Comemorada há mais de 300 anos, a festa teve inicio no último domingo (27), com o Grito de Carnaval, Desfile de Mascarados e Charangas Carnavalescas, mais conhecidas como bandas de fanfarras, que animaram o folião em ritmo de preparação para a grande folia. Na sexta-feira (4), a festa será retomada, com o desfile do tradicional Bloco das Almas, onde diversas pessoas vestidas de branco, saem pelas ruas da cidade ao som de marchas fúnebres, acordando e anunciando que o Carnaval está chegando.

Blocos Populares e diversas atrações musicais animarão o público até a terça-feira de Carnaval. Mas, para quem deseja a tranquilidade encontrada no Recôncavo baiano e não dispensa dançar ao som do axé, o evento oferece um circuito para os foliões curtirem ao som dos trios elétricos.

Além do circuito dos trios ( Areal-Caijá), a festa ainda pode ser apreciada em diversas ruas da cidade, na Praça dos foliões (Praça Matriz) e na Praça dos Mascarados a (Praça Conselheiro Antonio Rebouças), misturando as tradições dos antigos carnavais ao som das marchinhas, com a agitação proporcionada pelos trios elétricos.

Fonte:http://www.comunicacao.ba.gov.br/noticias/2011/02/28/carnaval-de-maragojipe-mantem-antiga-tradicao

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Bell Marques do Chiclete vai tirar a barba no Carnaval 2011


Numa jogada de marketing, o cantor Bell Marques da banda de axé Chiclete com Banana, anunciou que irá tirar a sua barba em plena avenida, durante o Carnaval de Salvador.

Raspando sua barba, segundo informações, ele irá embolsar a quantia de R$ 2,0 milhões da patrocinadora Gillette.

Simulação

Se para raspar a barba ele vai embolsar esta quantia, imagine o valor que ele poderá receber para desvendar um dos segredos mais bem guardados: se ele é careca ou não ?