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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Uso do Colete Balístico no Trabalho Policial



Depois de algum tempo de férias, reiniciamos a aclamada série de posts do nosso Especial Armas de Fogo, que publicamos toda terça-feira, como sabem os fiéis leitores do Abordagem Policial. Hoje vamos falar dum equipamento fundamental e indispensável para a atividade policial, e que guarda direta relação com o tema “armas de fogo”. Por quê? Ora, onde há a necessidade do uso de armas de fogo, certamente haverá a necessidade de equipamentos de proteção individual que livrem o policial de ser atingido por qualquer oponente.

É aí que entra o principal equipamento de proteção quando nos referimos a embates com uso de arma de fogo: o colete a prova de balas, ou colete balístico. Quem gosta de filmes épicos certamente já viu as armaduras dos cavaleiros medievais, que tinham àquela época a mesma intenção que os atuais coletes: defender os guerreiros dos ataques armados dos inimigos. A diferença é que na Idade Média a espada e as lanças eram os instrumentos de ataque, enquanto hoje nos referimos a revólveres, pistolas, fuzis etc.

Sofisticação nas armas, sofisticação nas armaduras. Os coletes atuais se baseiam em princípios físicos interessantes, e são feitos de materiais bem mais inusitados e diferentes do que o simples metal de outrora. É preciso dizer que existem muitos materiais utilizados na fabricação de coletes, que vão da cerâmica (não aquela dos azulejos e pisos, naturalmente) e alumínio até fibras como o Kevlar. Como é impossível estudar todos os materiais utilizados na fabricação dos inúmeros tipos de coletes existentes, vamos nos ater a dois princípios que considero básicos na função que o colete a prova de balas exerce ao entrar em contato com o projétil, aos quais vou denominar “Princípio da Bola de Futebol” e “Princípio do Carro de Fórmula 1″:

Princípio da Bola de Futebol

Por que usar fibras num colete a prova de balas? Imagine uma bola de futebol indo em direção à rede da trave. A rede, aqui, representa nossa fibra, a bola, o projétil que foi disparado. Assim que a bola (projétil) entra em contato com a rede, a energia contida no movimento da bola é transferida para a rede. Percebam que isso não é feito de maneira muito localizada, já que quase todas as linhas da rede recebem parte da energia (por isso se movimentam).

A fibra de um colete exerce essa mesma função: absorve a energia contida no projétil e dispersa para toda a sua área. Caso isso não ocorresse, o impacto localizado se efetivaria, e a lesão no indivíduo seria inevitável (mesmo sem perfuração). É esse poder de dispersão que faz um colete eficiente. Apesar de haver substancial diferença na densidade das fibras de um colete em comparação com uma rede de futebol, o princípio utilizado é o mesmo.

Princípio do Carro de Fórmula 1

A aerodinâmica de um carro de Fórmula 1 é algo fenomenal. Cada estrutura do automóvel é milimetricamente projetada para seu objetivo: atingir centenas de quilômetros por hora de velocidade. O que ocorreria se substituíssemos a chaparia de um carro de Fórmula 1 pela chaparia de um fusca, mesmo mantendo seu motor? Certamente, a velocidade alcançada seria bem menor, mesmo que ignorássemos o peso das duas chaparias. Se os projéteis das armas de fogo fossem dispostos nos cartuchos de maneira inversa ao convencional (com a parte “fina” para dentro do estojo), certamente obteríamos um efeito análogo no que se refere ao seu poder de perfuração.

Os coletes a prova de balas fazem justamente isso: deformam os projéteis para que eles se tornem “fuscas”, mesmo que seus motores (armas de fogo) sejam os melhores possíveis. Quanto mais deformado estiver o projétil, menos perfurante ele ficará, e mais fácil sua energia se dissipará na estrutura do colete.

* * *

Unindo o Princípio da Bola de Futebol com o Princípio do Carro de Fórmula 1, fica fácil entender basicamente como funcionam os coletes a prova de bala. Porém, nem tudo é tão fácil assim… Cada colete tem uma capacidade máxima de resistência à ação dos projéteis. A depender do material que o compõe e de como estão dispostos, os coletes resistirão mais ou menos às diversas munições e armas utilizadas. Para deixar isso claro, existe uma classificação do Ministério da Defesa, onde são regulamentados os coletes de acordo com a energia (em joules) que suporta:



É importante frisar que apenas militares, policiais e empresas de segurança particular podem ter autorização para adquirir coletes balísticos no Brasil – ou mesmo membros do Ministério Público e do Judiciário que justifiquem seu uso. É um debate interessante a extensão do direito a todos os cidadãos, algo que me oponho momentaneamente, pelo menos enquanto durar o poder bélico e financeiro do Tráfico de Drogas no Brasil, e a direta possibilidade do contrabando mais fácil desse material.

Aos policiais, é injustificável o não uso do colete, em qualquer ocasião do serviço. É um absurdo sem tamanho a existência de unidades policiais que não dotam seus profissionais do equipamento, justificando inclusive a recusa ao serviço por parte desses homens. Não são raras as vezes em que o colete balístico se mostrou mais importante que a própria arma de fogo. Que os policiais e os governantes nunca se esqueçam disso.

Autor: Danillo Ferreira

Fonte: http://abordagempolicial.com/2010/02/especial-armas-de-fogo-o-colete-balistico/


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

TST proíbe câmeras de segurança em vestiário de empresas

Os trabalhadores têm direito à privacidade nos vestiários das empresas, que não podem instalar câmeras de segurança nesses locais. Com este entendimento, decisão inédita do Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou o assunto em sua Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC).

A medida tem aplicação imediata apenas em relação ao dissídio coletivo do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Caxias do Sul (RS), mas deverá servir como base para outros casos semelhantes que chegarem à corte. A decisão não deve ser alterada por recurso.

A reivindicação chegou ao TST como um protesto contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), que aderiu à proposta dos empregadores de colocar câmeras em todo o ambiente de trabalho. No TST, os empregados pretendiam impedir a instalação de câmeras não só nos vestiários, mas também em refeitórios, locais de trabalho e de descanso. A alegação é que a prática causaria “constrangimento, intimidação, humilhação e discriminação aos trabalhadores.”

O recurso foi acolhido em parte pelo ministro Walmir da Costa, que proibiu a instalação de câmeras apenas nos vestiários, afirmando que isso “certamente exporá a intimidade do empregado”. Quanto à vigilância em outras áreas da empresa, ele afirmou que, “desde que não cause constrangimento ou intimidação, é legítimo o empregador utilizar-se de câmeras e outros meios de vigilância, não só para a proteção do patrimônio, mas, de forma auxiliar, visando à segurança dos empregados”.

Fonte: http://www.expressodanoticia.com.br/index.php?pagid=NCBjvml&id=12&tipo=UE1TU&esq=NCBjvml&id_mat=10406

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Poder de Polícia das Forças Armadas

Senado aprova poder de polícia para Forças Armadas nas fronteiras
Proposta dá ao ministro da Defesa poder de indicar chefes militares.Projeto de iniciativa do Executivo segue para sanção presidencial.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (04/08) um projeto que dá poder de polícia para as Forças Armadas nas regiões de fronteiras. O projeto segue agora para sanção presidencial. A proposta foi enviada pelo Executivo ao Congresso em dezembro do ano passado.

Pelo texto, será permitido às Forças Armadas fazer patrulhamento, revista de pessoas, veículos, embarcações e aeronaves e prisões em flagrante. Essas atividades são permitidas tanto nas fronteiras terrestres quanto nas águas intermas e marítimas.

O texto do projeto não estabelece a área de patrulha de fronteira. De acordo com a Constituição, porém, a área de fronteira terrestre equivale a uma faixa de 150 quilômetros de largura.

A possibilidade de patrulhamento em rios, lagos e no mar também dá poderes às Forças Armadas para coibir o tráfico de drogas. Segundo o Ministério da Defesa, desde que a Lei do Abate entrou em vigor, traficantes trocaram o transporte de drogas em pequenos aviões na Amazônia por embarcações nos rios Solimões e Negro, por exemplo.

A Lei do Abate permite a derrubada de qualquer aeronave que entre no espaço aéreo brasileiro e não obedeça às orientações de pouso dos pilotos da Força Aérera Brasileira nos casos de abordagem.

Terras indígenas
Ainda na Câmara, que aprovou o projeto em março, os deputados incluíram uma emenda de Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) enfatizando que o poder de polícia independe da “posse, propriedade ou finalidade” da terra. Com isso, Pannunzio acredita estar autorizado o patrulhamento de terras indígenas pelas Forças Armadas.

O projeto faz outras alterações na estrutura nacional de Defesa do país e aumenta o poder do ministro da Defesa. Caberá a ele e não mais ao presidente da República a indicação dos comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha. O texto aprovado pelo Senado é o mesmo votado pela Câmara.

Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/08/senado-aprova-poder-de-policia-para-forcas-armadas-nas-fronteiras.html

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Munição com Identificação



Rio - As balas perdidas do Rio terão em breve nome e endereço do remetente. A Polícia Civil anunciou, nesta sexta-feira, uma inovação que colocará marcas de identificação em todas as munições usadas por unidades policiais. A tecnologia foi desenvolvida em parceria com pesquisadores do Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos (Lasape), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O produto químico adicionado ao projétil é um derivado do petróleo e que emite luminosidade quando submetido a raios ultra-violeta. “A olho nu, é uma munição comum. A ideia é que tenhamos uma tonalidade de cor para cada delegacia e para cada batalhão. Assim, será muito mais fácil identifcar de onde partiram os tiros disparados por policiais. Vamos evitar mortes e auxiliar o trabalho da perícia”, disse o chefe de polícia Alan Turnowski.


Professor Carlos Lopes, da UFRJ, explica que identificação se dará pela concentração da substância e que a cor não é o mais importantel | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia

O professor Claudio Lopes, da UFRJ, explicou que a cor não é o mais importante e que a identificação da munição se dará pela concentração da substância, o que será verificado com precisão em exames feitos em laboratório. “A fluorescência, no entanto, fica marcada na munição, na mão e roupa de quem efetuou o disparo e em tudo o que for atingido pelo projétil.

No caso da morte do menino Wesley Andrade, 11 anos, por bala perdida, há oito dias, dentro da escola, em Costa Barros, a bala de fuzil que o matou teria deixdo marcas nos vidros da sala de aula. “Caso a bala se perca, não acerte ninguém, temos ao menos como determinar a sua tragetória”, explicou Turnowski. Para ser produzida e usada por forças policiais, a munição ainda depende de regulamentação. “Ainda não sabemos se isso pode ser feito por Lei ou resolução. Mas o governo do estado fará contato com as autoridades federais”, afirmou.

O delegado não deu prazo para começar a usar a munição marcada, mas espera que a iniciativa inédita em todo o mundo possa ter início o mais rápido possível. "Queremos que esse material seja usado por todas as polícias do Brasil e do mundo. Já está pronto para ser produzido em larga escala. Evita mortes e impunidade nas operações. O policial terá mais responsabilidade na hora de efetuar um disparo" comentou.

Entre os perídos de desenvolvimento do produto e de testes, foram quatro meses. Os policiais usaram munição recarregável, de qualidade inferior, e fizeram 500 disparos. Os testes aconteciam no mesmo momento em que Wesley era baleado. Caso fosse possível identificar a munição, o perícia só precisaria ser feita em poucos fuzis, de policiais de determinada unidade, e não em mais de 40, como está sendo feito nessa investigação.

O custo da munição marcado também não foi revelado, mas as autoridades garantes que é irrisório. A marcação, de acordo com os pesquisadores, é uma espécie de DNA químico, e um primo do Luminol, produto que reage à hemoglobina, muito usado em perícias criminais. "Estávamos estudando, aprimorando o luminol quando chegamos a esta substância. Não foi algo pensado, aconteceu por acaso, explicou o professor Claudio Lopes.

O professor explicou ainda que o produto resistiu à combustão da pólvora a uma temperatura de 2.350 graus, atingida dentro de um projétil na hora do tiro. Detalhes sobre os produtos usados não foram revelados, até porque a substância ainda não foi patenteada pelos pesquisadores.

O toxicologista Ségio Rabelo, da Polícia Civil, esclareceu que os produtos usados não são tóxicos, mas sim orgânicos e que não haveria riscos para a saúde de uma pessoa baleada. "Mas ainda assim, realizaremos testes para excluir totalmente o risco", disse.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/7/policia_civil_apresenta_municao_com_identificacao_98400.html

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Roupas e Acessórios Anti Furto

Coronel da PM desenvolve design de roupas e acessórios para evitar furtos

Projeto 'Design Contra o Crime' foi realizado em parceria com Senai.
Peças criadas dificultam acesso de criminosos a bolsas e carteiras.

Do G1, em São Paulo


Mochilas reforçadas são sugestões do projeto de Bondaruk em parceria com o Senai (Foto: Divulgação/Senai-PR)

A partir de uma tese para o curso de doutorado em Estratégias de Segurança Pública, um comandante da Academia Policial Militar do Guatupê, no Paraná, desenvolveu proposta que usa o design de roupas e acessórios para combater crimes como furtos e roubos. Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que disponibilizou uma equipe de designers para o projeto, as primeiras peças já começaram a ser desenvolvidas.

O projeto Design Contra o Crime, do coronel Roberson Luiz Bondaruk foi desenvolvido entre 2005 e 2007, com base em pesquisa realizada com 287 presos do Paraná, que cumpriam pena por furto ou roubo. “Nós estudamos a psicologia dos criminosos, seu modo de escolher locais propícios e vítimas para o crime”, diz Bondaruk.

A pesquisa permitiu concluir que roubos e furtos são motivados principalmente pelo comportamento inadequado das vítimas. “Muitas pessoas carregam produtos de forma inadequada, andam sem prestar atenção à sua volta e isso as torna presas fáceis, atrai os criminosos”, afirma o coronel.

Segundo ele, o exemplo clássico é o do laptop. “Antigamente a forma mais comum de carregar o computador portátil era utilizando aquelas bolsas retangulares. Qualquer um sabia que ali dentro tinha um laptop e isso facilitava as ações criminosas. Com o tempo, o próprio mercado percebeu isso e mudou o design das malas, transformando-as em mochilas. Esta é justamente a função do design no combate ao crime.”


Bolsas e mochilas

A partir da análise comportamental dos criminosos, Bondaruk pensou em uma série de mudanças que poderiam ser feitas no design de roupas e acessórios. “Perguntamos para eles, por exemplo, que tipo de bolsas de mulher eles achavam mais fáceis de roubar ou furtar. Os presos responderam que eram as bolsas de couro mole, pois ajudava na hora de abrir o material com um golpe de estilete. As que são fechadas com zíper ou cordões para amarrar – justamente as mais vendidas em Curitiba – também facilitam o furto, sem que a pessoa perceba.”

De posse destas informações, Bondaruk e os designers do Senai desenvolveram uma bolsa com tela de náilon que dificulta a abertura com golpes de estilete. Além disso, o modelo tem o bolso principal na parte traseira, que fica voltada para as costas enquanto a pessoa está andando. Na parte da frente, um fecho com cadeado impede a abertura dos demais compartimentos.


Lugares estratégicos

Segundo o coronel, a moda atual, que valoriza linhas mais arrojadas, acaba lançando peças como calças sem bolsos , obrigando as pessoas a carregar a carteira na mão, o que facilita o furto. “Quando tem bolso, eles são rasos e isso também facilita a vida do criminoso”, diz.

                Bolsos em lugares incomuns dificultam ação dos                     criminosos (Foto: Divulgação/ Senai-PR)

Bolsos em lugares incomuns dificultam ação dos criminosos (Foto: Divulgação/ Senai-PR)

Bondaruk explica que “bolsos são grandes amigos da segurança”, desde que sejam corretamente confeccionados. Quanto mais bolsos e mais profundos, ou em lugares menos acessíveis, melhor. Mas ele ressalta: “esses detalhes devem estar em harmonia com a estética da roupa”.

Uma das soluções propostas pelo policial foi a criação de calças com bolsos próximos às barras. “Isto obrigaria o criminoso a se abaixar para tentar o furto, tornando a ação muito mais difícil”. Para os bolsos convencionais, a recomendação é que sejam mais profundos. Já as jaquetas foram criadas com compartimentos internos ou externos, mas em lugares pouco usuais, como as mangas.

Coisa de policial?

Coronel da PM e Senai criam design para combater furto

"Coronel, o senhor não é designer.” Esta é uma das frases que Bondaruk mais ouviu enquanto desenvolvia seu projeto. “Teve algum preconceito, sim. Muita gente pensa que isso não é função da polícia, porque ainda existe aquela imagem do policial truculento, e quando vamos falar em tecnologia, as pessoas estranham.”

Por isso a parceria com o Senai foi essencial, de acordo com o coronel. “Além de terem o conhecimento necessário, eles são referência em formação de designers”. Quando terminamos o projeto, sabíamos que seria necessário um centro difusor da idéia.

O projeto Design contra o Crime conquistou, em 2009, o prêmio internacional Hermès de l’Innovation, na categoria Inovação e Desenvolvimento Humano. Concedido pelo Instituto Europeu de Inovação e Estratégias Criativas, o prêmio será entregue ao coronel e à equipe de designers no dia 25 de maio, em Paris.

Fonte: http://g1.globo.com