sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Policial do BOPE no UFC


Credenciais de peso não faltam nas duas siglas que regem a vida de Paulo Thiago. Além de lutador do UFC, o brasiliense também é agente do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da polícia no Distrito Federal. Neste sábado (23), o profissional da equipe que ganhou notoriedade com os filmes da série Tropa de Elite volta a encarnar o lado lutador, e sobe ao octógono para encarar o norte-americano Diego Sanchez em disputa válida pelos meio-médios (até 77kg).

A rotina ‘pedreira’ de Paulo, obviamente, requer disciplina em dobro. E a ajuda-extra para organizar todo contexto vem do reconhecimento conquistado com os oficiais da corporação. “Represento o Bope no exterior. Isso é considerado ato nobre pelos comandantes, que sempre dão jeito de ajustar minhas escalas. Assim, consigo treinar corretamente e depois retorno para as obrigações no quartel. Sou a prova viva de que nossa organização se condiciona a todos os tipos de situações extremas”, brinca o atleta, neste bate-papo exclusivo para o Yahoo!

A especialidade no jiu-jitsu se traduz com clareza no cartel. Das treze vitórias na carreira, oito foram por finalização (e apenas duas derrotas). Conforme as datas dos combates se aproximam, comumente opta por viajar ao Rio de Janeiro, onde lapida as habilidades com a equipe da X-Gym/Blackhouse (mesma de nomes como Anderson Silva e Rodrigo ‘Minotauro’ Nogueira).

Para o desafio da vez, porém, o itinerário foi diferente. “Fiz a maior parte da preparação em Brasília, e também fiquei uma semana em San Diego, para aperfeiçoar o wrestling”, ele diz. “O jogo do Sanchez é todo baseado no preparo físico e na explosão. Lutadores assim são bem complicados. Mas a tática será básica e dentro das minhas características mais fortes”, minimiza.

Se aparentemente a palavra ‘pressão’ ganha novos significados diários na vida dupla do agente/lutador, o Caveira (apelido pelo qual os oficiais do Bope são conhecidos) é enfático quando avalia a relação entre os dois assuntos. “Não tem como saber qual é mais dureza, são exigências teóricas e práticas relativamente diferentes. Mas acho que se complementam em muitos aspectos, mesmo que indiretos. O que ambos precisam é de disciplina e perseverança em níveis quase sobre-humanos para serem eficientes. Não é para qualquer um”, ponderou.

A auto-crítica aparece na análise da última atuação no octógono, quando foi derrotado por pontos para o dinamarquês Martin Kampman, no UFC 115, em junho deste ano. “Ele matou meu jogo na iniciativa. Meu erro estratégico principal foi esperar demais. Atuar em contragolpes não faz parte do meu estilo. Isso me desmontou. Também cansei demais do segundo para o terceiro assalto. Tudo isso foi corrigido, agora é só esperar para colocar as novidades em prática”, afirmou.

Próxima etapa - A edição 121 do UFC aporta sábado (23), em Anaheim (California –EUA), com a esperada disputa pelo título dos pesos pesados.O gigante Brock Lesnar coloca o cinturão em jogo contra o estilo preciso e calculista de Cain Velasquez. Quem vencer, terá pela frente o desafiante Junior ‘Cigano’ dos Santos como próximo oponente, no ano que vem. Além de Paulo Thiago, o peso pesado Gabriel ‘Napão’ Gonzaga também está no card, e enfrenta o norte-americano Brendan Schaub.

O Canal Combate, da Sportv, transmite as lutas a partir da meia-noite. A cobertura completa você acompanha aqui no Yahoo!

Glossário

MMA – Mixed martial arts (ou artes marciais mistas), modalidade desenvolvida com base no antigo Vale-Tudo

UFC – Ultimate Fighting Championship, maior evento de MMA do mundo

Jiu-jitsu – arte marcial indiana/japonesa que também se desenvolveu no Brasil, com a família Gracie. É travada no chão, e os oponentes tentam finalizar por chaves e estrangulamentos

Wrestling – termo genérico em inglês para a luta olímpica.

Fonte: http://br.esportes.yahoo.com/colunas/bope-e-ufc-no-comando-da-rotina-de-paulo-thiago-esportes-822.html

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