segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Bell Marques do Chiclete vai tirar a barba no Carnaval 2011


Numa jogada de marketing, o cantor Bell Marques da banda de axé Chiclete com Banana, anunciou que irá tirar a sua barba em plena avenida, durante o Carnaval de Salvador.

Raspando sua barba, segundo informações, ele irá embolsar a quantia de R$ 2,0 milhões da patrocinadora Gillette.

Simulação

Se para raspar a barba ele vai embolsar esta quantia, imagine o valor que ele poderá receber para desvendar um dos segredos mais bem guardados: se ele é careca ou não ?


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Jayme Figura - o Basquiat Baiano

www.pirula.com.br/jaymefigura
“Eu vivo aqui pensando como sobreviver,
Enquanto o mundo vai girando”Jayme Figura

Quem avista a primeira vez aquela figura exótica, com máscara de ferro, vestes que lembram os orixás Exu e Oxóssi e apetrechos espalhados pelo corpo, caminhando pelas ruas do Comércio, nem imagina que por trás de toda aquela parafernália existe um ser humano sensível e intelectualizado. Jayme Figura, como é conhecido e prefere ser chamado, é o tipo de artista que provoca inquietações por onde passa.

“Eu comecei a me vestir assim por conta da minha trajetória de vida, os sentimentos em si, que me fizeram fazer um trabalho que vestisse meu corpo através do tempo para violência. Quando surgiu o movimento punk eu era visto como marginal e as pessoas insistiam em olhar em meus olhos e dizer que eu era cínico, marginal, diante disso eu peguei e escondi o rosto para que vissem só a minha obra”, disse Jayme.

Aos 53 anos, o homem-figura diz já ter sido agredido várias vezes e a maneira como ele responde essas agressões é utilizando os apetrechos que transformam o ex-boêmio num personagem que desperta a curiosidade dos que transitam pelo Bairro Comércio de Salvador.

O artista misterioso diz não se importar com o medo e o preconceito que algumas pessoas têm da sua corporatura, uma vez que ele não se vê. “Eu não me olho no espelho para não ver o que as pessoas estão vendo, por que se eu sair de casa e me olhar no espelho eu irei ver que estou realmente diferente do ser humano. Quando alguém se assusta comigo eu digo que não sou aquilo que a pessoa está vendo, me olhar é ver a imagem que a ordem faz”, falou Jayme.

Jayme Figura é um autodidata do Comércio, um andarilho que inspira poesia e inteligência e ainda assim o menino que não se conhece até hoje fala com tristeza da rejeição familiar. Segundo ele, por ser um homem negro que vestia roupas exóticas, a família não lhe dava crédito. Entretanto, Jayme possui vários filhos, já teve várias mulheres e amantes. Atualmente ele vive com a última família.

O artista diz que por ser um boêmio, ele teve várias mulheres, mas não se casou com nenhuma, pois o que ele queria é ter filhos. Apesar de ser um bom vivant, diz ser a própria morte por não desfrutar da vida como antes, vida que ele define como gostosa. O ser vivo, não ateu, que dorme em caixão, não esconde certa melancolia ao falar de uma das suas amantes, que morreu. Segundo Jayme o amor não vingou por conta das diferenças sociais, ela era uma dama da sociedade e ele um artista marginalizado.

“A morte dela foi horrível, apesar de não poder ficar com ela por causa das famílias que também não permitiam uma imagem dessas se relacionando com uma mulher da sociedade”.

Durante a entrevista, crianças passam e mexem com Jaime, que tem uma reação inesperada e diz que as crianças são a sua morte, pois ele não pode abrir mão delas.

“As crianças me adoram, mas eu não posso deixar, pois eu não sou palhaço e se eu fizer sintonia com elas eu perco minha essência”.

Jayme, que em breve vai inaugurar seu atelier com obras sobre as peripécias de Hitler, afirma ter pouco estudo e já ter vivido de renda, entretanto, no período de crise do governo Collor, ele caiu na miséria.

Assim como Jean-Michael Basquiat, artista que viveu em Nova York, que vivia pelas ruas fazendo arte nos muros, Jaime constrói sua arte. Ambos frutos do contexto urbano, Jayme Figura reproduz sua ambiência em seu corpo e nas paredes do mercado modelo.


Porta de entrada e janela da casa de Jayme Figura

2ª Guerra: Tomada de Monte Castello pela FEB

No dia 21 de fevereiro de 1945, a Força Expedicionária Brasileira realizou um dos seus mais marcantes feitos durante a Campanha da Itália—a conquista do Monte Castello, até então considerado uma fortaleza inexpugnável.

Essa conquista tornou-se épica tanto pelo expressivo significado tático daquela elevação, como pelas condições de extrema adversidade que envolveram a operação de ataque.

Sob as primeiras manifestações do inverno italiano, realizaram-se três ataques a Monte Castello, em 24, 25 e 29 de novembro, com resultados desfavoráveis, em virtude das condições topográficas bastante inferiores das nossas posições, atacando de baixo para cima, em encostas íngremes, cobertas de neve e enlameadas, sem apoio aéreo e de blindados e, em parte, devido à reduzida experiência de combate dos dois últimos escalões recém-chegados ao campo de batalha. Em 12 de dezembro, refeitos os planejamentos, mas ainda sob as mesmas condicões adversas anteriores, desencadeou-se um quarto ataque, que também não logrou êxito.

Finalmente, com a aproximação da primavera, a of ensiva foi retomada, em fevereiro de 1945, desta vez contando-se com apoio aéreo e de blindados.

A 21 de fevereiro, antes do alvorecer, partiram os brasileiros contra Monte Castello, que caiu já ao entardecer, após muita tenacidade e muito sangue derramado. Do seu topo ouviu-se o brado de vitória dos pracinhas, que ainda teriam que se superar ao enfrentar várias reações dos experientes soldados alemães, até a consolidação da conquista ser efetivada.

Caíra o baluarte de Monte Castello. Sagraram-se, no altar do campo de batalha, os heróis brasileiros, lídimos representantes de todo um povo há pouco ferido em sua soberania.

REINALDO NONATO DE OLIVEIRA LIMA - Ten. Cel. Art. Centro de Comunicação Social do Exército

Fonte: http://www.vivabrazil.com/vivabrazil/tomada_do_monte_castelo_-_wwii.htm

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Coisas que só acontecem na Bahia !!!

Lista bem humorada de curiosidades envolvendo bairros, ruas, localidades e fatos de Salvador e da nossa Bahia !!!!

1º) ser preso na LIBERDADE.

2º) fumar no CAMPO DA PÓLVORA.

3º) tomar banho de mar no RIO VERMELHO.

4º) pastor evangélico morar na CAPELINHA DE SÃO CAETANO.

5º) atravessar a rua na CALÇADA.

6º) morar no URUGUAI E TRABALHAR EM ROMA.

7º) faltar água na CAIXA D'ÁGUA.

8º) adulto tomar banho na ÁGUA DE MENINOS.

9º) candomblé no TERREIRO DE JESUS.

10º) morrer na sexta e ser enterrado nas QUINTAS... DOS LÁZAROS.

11º) confusão na RUA DO SOSSEGO.

12º) brigas no BAIRRO DA PAZ.

13º) não encontrar apoio NA RUA D'AJUDA.

14º) jovens na PRAÇA DOS VETERANOS.

15º) não dar esmolas na PRAÇA DA PIEDADE.

16º) casas velhas na CIDADE NOVA.

17º) lagoa de água doce dentro de VILAS DO ATLÂNTICO.

18º) acidente automobilístico na BOA VIAGEM.

19º) asfalto no CAMINHO DE AREIA.

20º) ser torcedor do Bahia e morar no CORREDOR DA VITÓRIA.

21º) luz na MATA ESCURA.

22º) ler A TARDE todos os dias pela manhã.

23º) morar na SAÚDE e ficar doente.

24º) UM CLUBE QUE NUNCA FOI CAMPEÃO BRASILEIRO COM O NOME DE: VITÓRIA.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Computador comemora 65 anos

Hoje em dia um iPhone na mão de uma criança é um brinquedo manipulado com extrema naturalidade. Quem nasce na era do touch-screen não imagina que está diante de um velhinho que, nesta segunda-feira (14), completa 65 anos de vida: o computador digital. A data marca o lançamento do Eniac (abreviação de Electrical Numerical Integrator and Computer), desenvolvido na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, entre 1943 e 1946. A importância do Eniac está em ser o primeiro computador eletrônico digital que calculava em larga escala.

"O Eniac foi o primeiro do tipo desenvolvido nos Estados Unidos em um projeto bem sucedido e predecessor de computadores importantes para a evolução dessas máquinas", afirma Maria Cristina Ferreira de Oliveira, professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a professora, o projeto inicial previa o investimento de US$ 150 mil, mas acabou custando US$ 400 mil. "Na época, para criar qualquer máquina era necessário mihões de dólares", conta Maria Cristina.

Computadores e a guerra
Engana-se quem imagina que, na década de 1940, os pesquisadores pensavam em elaborar um computador para uso pessoal. Essas máquinas se desenvolveram significantemente com a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. O Eniac, por exemplo, foi criado para calcular tabelas balísticas. "Os americanos queriam saber como deveriam posicionar seus canhões para certar o alvo. Antes do Eniac, esses cálculos exigiam grande esforço humano, sistematizado e automatizado com o computador e que também reduziu erros", explica a professora.

O Eniac demandava muita mão de obra. Ele ocupava uma sala com 300 m2, tinha 2,5 m de altura e pesava 30 toneladas. Possuía 17.470 válvulas que esquentavam e , por queimarem, sempre tinham que ser substituídas. Ele era programado fisicamente por um painel repleto de plugues e chaves - conforme a posição delas, ele executava uma tarefa.

Os dados eram inseridos por meio de cartões perfurados, sendo que o resultado era apresentado em um painel repleto de luzes, chaves e cabos que acendiam ou apagavam de acordo com a função. Realizava cinco mil operações aritméticas por segundo. De acordo com o Computer History Museum, localizado na Califórnia, Estados Unidos, em uma década esse trambolho fez mais contas do que a humanidade inteira tinha feito até então. "Hoje, qualquer calculadora de engenharia é mais rápida que ele", conta Maria Cristina.

História do computador
No livro "Introdução à Programação com Ada 95", o autor Arthur Vargas Lopes conta que as avós dos computadores eram as máquinas de somar no início do século 17. Em meados de 1800, criou-se uma conhecida como "difference engine" que definiu o conceito de computador digital mecânico controlado por programa, que incorporava uma unidade aritmética, uma unidade de armazenamento, mecanismos para leitura e gravação de cartões perfurados para impressão".

Segundo o museu Computer History Museum, o censo de 1890 nos Estados Unidos, com cerca 63 milhões de habitantes, não teria terminado antes de 1900 se não fosse criada a máquina de tabulação que lia dados gravados em cartões perfurados. Inspirado na ideia, em 1934, o computador Mark 1, projetado na Universidade de Harvard, multiplicava dois números de 23 dígitos em seis segundos - um computador atual faz o mesmo em menos de um segundo.

Depois do Eniac, nasceu o Edvac com memória binária - como são os computadores atualmente -, marcando o aparecimendo dos modernos computadores digitais. O Edvac, diferentemente do antecessor, usava a mesma memória para armazenar dados e programas sem a necessadade de alterações na parte física (espécies de manivelas). Em seguida, veio o Univac, primeiro computador comercial. "Antes, os computadores eram essencialmente usados em ambientes acadêmicos e de pesquisa", explica Maria Cristina. "Países, bancos, grandes coorporações tinham interesse nele, já que fazia cálculos funcionando em diferentes contextos", completa.

A demanda pelo computador crescia em meados de 1950. Na época, os interessados reservavam horas para usá-lo. Até que vieram os mainframes, que poderiam ser comprados por um preço mais acessível, mas deveriam ser mantidos em salas refrigeradas. Para aplicações acadêmicas, foram criados os minicomputadores e, em seguida, os microcomputadores e os computadores pessoais (PCs). Até chegarmos ao que conhecemos hoje. Veja a evolução dos computadores, com fotos do Computer History Museum:

Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum


Computer History Museum

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/11022011/48/tecnologia-saiba-65-anos-computador-eletronico.html


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Jogador Ronaldo "Fenômeno" anuncia aposentadoria



Nesta segunda-feira, ao meio-dia, Ronaldo Fenômeno anuncia o fim de sua carreira. Dezoito anos depois de sua estreia pelo Cruzeiro, mais de 400 gols em sete clubes e na seleção brasileira, incluindo quinze gols em Copas, e três vezes melhor jogador do mundo (1996, 1997 e 2002), o atacante do Corinthians cedeu ao cansaço. "Não aguento mais", disse ele neste domingo à tarde ao Estado. "Eu queria continuar, mas não consigo. Penso uma jogada, mas não executo como quero. Tá na hora. Mas foi lindo pra caramba."

Ronaldo tinha a intenção de seguir no Corinthians até o fim da temporada 2011, mas resolveu repensar a decisão e antecipar o término da carreira. No entanto, ele deve seguir no clube do Parque São Jorge, em alguma função na direção da equipe alvinegra.

Desde o ano passado, o Fenômeno já vinha sofrendo com a queda de rendimento dentro de campo. Não conseguia perder peso e cada vez mais era possível perceber que se aproximava o momento de ele 'pendurar as chuteiras'.

Seu melhor momento no Corinthians foi em 2009, quando brilhou nas conquistas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, antes de se lesionar no Campeonato Brasileiro daquele ano.

Carreira. Ronaldo começou vida futebolística no Cruzeiro, no início dos anos 90. Despontou como craque e logo despertou o interesse do futebol europeu. Transferiu-se em 1994 para o PSV, da Holanda, e virou rapidamente um craque internacional. Em 1996, mudou-se para a Espanha e foi jogar no Barcelona.

Pelo clube catalão, viveu alguns dos melhores momentos da carreira. Em 1996 e 1997, ganhou a Bola de Ouro da Fifa como melhor jogador de futebol do planeta, e passou a ser a grande esperança da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1998, na França - em 1994, nos EUA, ele havia sido campeão, mas no banco de reservas.

Já como jogador da Inter de Milão, da Itália, para onde havia se transferido em 1997, Ronaldo fez um bom Mundial na França, mas o que ficou realmente marcado foi a decepção da final diante do país-sede. O Fenômeno sofreu uma convulsão horas antes da partida, fato que desestabilizou o grupo, e o Brasil perdeu por 3 a 0.

Depois da Copa da França, Ronaldo sofreu com graves contusões e sua carreira parecia entrar em declínio. Mas, em 2002, deu a sua primeira grande volta por cima e foi o artilheiro da seleção brasileira na conquista do pentacampeonato mundial na Coreia do Sul e Japão.

Após o Mundial, voltou para a Espanha, mas desta vez para defender o Real Madrid. Naquele mesmo ano, foi campeão mundial de clubes, e novamente eleito o melhor jogador do futebol do mundo.

Ficou no Real Madrid até 2007, quando foi negociado com o Milan. Mas fez pouco pelo clube italiano e, na metade de 2008, pela primeira vez ficou sem clube ao rescindir seu contrato.

Volta do Brasil. Após treinar por um período o Flamengo, seu time de coração, surpreendeu a todos ao anunciar, em dezembro de 2008, que jogaria pelo Corinthians. Sua apresentação foi uma grande festa no Parque São Jorge, e ele rapidamente se apaixonou pela torcida. Em São Paulo, deu mais uma volta por cima na vida.

Teve em 2009 seu melhor ano na equipe alvinegra, ao faturar o Paulistão e Copa do Brasil, mas, em 2010, ano do centenário do clube, frustrou a todos ao não conseguir levar o time ao título inédito da Copa Libertadores.

Em 2011, Ronaldo sequer marcou gols. E abandonou a carreira logo após o seu amigo Roberto Carlos deixar o Corinthians rumo ao futebol da Rússia.

Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,ronaldo-fenomeno-anuncia-nesta-segunda-feira-o-fim-da-sua-carreira,679067,0.htm

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mubarak Renuncia à presidência do Egito

Na véspera, presidente havia transferido poderes ao vice, mas não bastou.
Povo, que pedia a saída imediata havia 18 dias, celebra nas ruas do Cairo.


O presidente do Egito, Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (11), após um governo de quase 30 anos e que era contestado desde 25 de janeiro por grandes manifestações populares.

O anúncio da renúncia foi feito pelo recém-nomeado vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, em um curto pronunciamento na TV estatal. Mubarak entregou o poder ao Exército, disse Suleiman.

Os crescentes protestos que derrubaram Mubarak deixaram mais de 300 mortos e 5.000 feridos. Eles começaram em 25 de janeiro, inspirados pela queda do presidente da Tunísia.
O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anuncia nesta sexta-feira (11) a renúncia de Hosni Mubarak

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anuncia nesta sexta-feira (11) a renúncia de Hosni Mubarak (Foto: AP)
O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anuncia nesta sexta-feira (11) a renúncia de Hosni Mubarak (Foto: AP)

Ainda não havia detalhes sobre como ocorrerá a transferência. O Exército anunciaria um comunicado detalhando a transição.

O ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, deve ser o chefe do Alto Conselho Militar que tomaria o controle do país, segundo fontes militares.

O conselho iria derrubar o gabinete de ministros de Mubarak, fechar as duas casas do Parlamento e governar diretamente com a Corte Constitucional, segundo a TV Al Arabiya.

O país tem eleições presidenciais marcadas para setembro.

A notícia da renúncia, exigida pelos manifestantes, foi imediatamente celebrada com festa nas ruas do Cairo e das outras grandes cidades do Egito.

Por volta das 18h locais (14h de Brasília), na lotada Praça Tahrir, que foi o centro nervoso dos protestos, manifestantes cantavam: 'o povo derrubou o governo'.

Manifestantes se abraçavam, e algumas pessoas desmaiaram de emoção.

Egípcios comemoram, na Praça Tahrir, no Cairo, a renúncia de Mubarak nesta sexta-feira (11) (Foto: AP)
Egípcios comemoram, na Praça Tahrir, no Cairo, a renúncia de Mubarak nesta sexta-feira (11) (Foto: AP)

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, disse que respeitava a decisão de Mubarak e pediu diálogo para a formação de um governo de "base ampla" no país.

Mubarak havia partido pouco antes para o balneário de Sharm el Sheij, no Mar Vermelho, a 400 km do Cairo, informou Mohammed Abdellah, porta-voz de seu partido, o Nacional Democrático.

Ele, que tem uma residência no balneário, saiu em meio a mais um dia de grandes protestos de rua.

Na véspera, Mubarak havia anunciado a transferência de seus poderes a Suleiman, mas reafirmou que ficaria no governo até as eleições marcadas para setembro, em um processo gradual de transição.

Isso não satisfez os oposicionistas.

Mais cedo nesta sexta-feira, o Exército havia soltado nota prometendo levantar o estado de emergência sob o qual o país vive desde 1981, "assim que as circunstâncias atuais terminassem", em uma aparente demonstração de apoio à transição proposta por Mubarak.

Em Al Arish, no Sinai, confronto entre manifestantes e a polícia deixou um morto e 20 feridos.

Discurso
Na véspera, Mubarak frustrou os manifestantes que esperavam sua renúncia imediata e confirmou, em discurso na TV, que pretende continuar no governo até setembro, à frente da transição de poder. Ele também disse que iria transferir poderes ao seu vice.

mapa do egito com dados (Foto: Editoria de Arte / G1)

Sameh Shoukr, embaixador do Egito nos EUA, explicou que Mubarak transferiu todos os poderes da presidência para seu vice, mas permanece do chefe de Estado "de jure" (de direito).

O embaixador disse que esta versão lhe foi contada pelo próprio Suleiman.

A decisão de Mubarak de ficar durante a transição irritou ainda mais a população local. Milhares de pessoas passaram a noite na praça Tahrir.

Em um discurso de tom patriótico, Mubarak afirmou que a transição no Egito em crise vai ocorrer "dia após dia" até as eleições presidenciais marcadas para setembro. Ele prometeu proteger a Constituição durante todo o processo.

Mubarak disse que propôs emendas aos artigos 76, 77, 88, 93 e 189, e cancelou o 179, que dava poderes extras ao governo em caso de combate ao terrorismo.

O presidente afirmou que iria transferir poderes a Suleiman, segundo a Constituição, mas não esclareceu quando, até que ponto ou de que maneira isso ocorreria.

Em discurso posterior ao de Mubarak, Suleiman, -que já vinha liderando as negociações com a oposição- se comprometeu a tentar fazer "uma transição pacífica de poder" e pediu que os manifestantes acampados no Cairo voltem para casa.

'Saída honrosa'

O deputado trabalhista israelense Benjamin Ben Eliezer afirmou nesta sexta que Mubarak comentou com ele, em uma conversa por telefone na noite de quinta-feira, pouco antes de seu discurso à nação, que estava buscando uma "saída honrosa".

"Ele sabe que acabou, que é o fim do caminho. Só me disse uma coisa pouco antes de seu discurso, que procurava uma saída", afirmou Ben Eliezer à rádio militar.

Ben Eliezer, que até recentemente foi ministro do Comércio e da Indústria, é considerado o dirigente israelense mais próximo de Mubarak, a quem visitou em várias ocasiões.

Fonte: http://g1.globo.com/crise-no-egito/noticia/2011/02/em-meio-protestos-presidente-do-egito-deixa-o-cairo.html

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Novo Uniforme da Seleção Brasileira de Futebol

Assistindo ontem (09/02) a partida de futebol entre a seleção brasileira e a França, como novidade pudemos conferir o visual da nova camisa canarinho. A princípio pensei que a listra verde teria sido pintada às pressas para esconder algum patrocinador que não contribuiu (R$ ou US$) e porisso foi retirado da frente da camisa. A camisa produzida pela Nike, que é a patrocinadora oficial do uniforme e equipamentos esportivos, apresenta algumas características que fogem aos padrões adotados ao longo dos anos, provocando polêmica entre os torcedores, como pode ser conferido abaixo:

Seleção tem novo uniforme, com polêmica listra verde no peito

A nova camisa da seleção brasileira chega com polêmica. Nesta terça-feira, a gigante norte-americana do mercado de material esportivo Nike confirmou o design que tinha vazado na internet em janeiro: mais simples, gola careca amarela e com uma tarja verde no peito, logo abaixo do símbolo da CBF. O preço sugerido da original é de R$ 239,90. A réplica deve sair por R$ 189, adicionando R$ 10 nas camisas com números.

Repdorução

A mudança em relação ao modelo atual é grande. Os jogadores que defendem o Brasil no Sul-Americano sub-20, no Peru, jogam com uma camisa amarela com detalhes em verde na gola e nos ombros. O peito é todo amarelo. A nova “canarinho” só tem o verde no peito.

Gola amarela

Também chama a atenção no uniforme a gola careca amarela, quebrando a tradição do verde no local. É a segunda vez desde 1997 que a empresa norte-americana faz isso. A primeira foi em 2002, em que a gola era amarela, mas o verde estava presente em diversos detalhes no uniforme. A Nike patrocina o Brasil desde 1997.

A camisa vazou no começo do ano, quando a Nike Austrália iniciou uma pré-venda e incluiu a imagem inédita. Na geração anterior, usada na Copa do Mundo de 2010, a inovação da Nike foi no modelo 2: a camisa azul usada na África do Sul tinha pontos brancos na frente.

Azul ou verde?


A nova camisa reserva também não escapou das polêmicas. Assim como a amarela, tem uma tarja no peito, amarela. E a cor, segundo a Nike, continua sendo azul. Nas fotos enviadas para a imprensa, no entanto, o tom diverge opiniões. Para alguns é verde. Para outros, azul.

A nova camisa vai estreiar no dia 9 de fevereiro, no amistoso contra a França, em Paris. Os franceses, aliás, também irão estrear novos uniformes, após trocar a Adidas pela mesma patrocinadora brasileira.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/02/01/selecao-tem-novo-uniforme-com-polemica-listra-verde-no-peito.jhtm

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Bope pode voltar às origens

ENTREVISTA / Tenente-coronel Wilman René Gonçalves Alonso

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"Da tela triste tiramos ensinamentos e nos transformamos." A frase é do comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Bope), tenente coronel Wilman René Gonçalves Alonso, oficial com mais tempo na unidade - 15 anos.

Em entrevista ao Comunidade Segura, ele revela o dinamismo do Bope, das operações de combate ao tráfico à interação social com as comunidades, do resgate de reféns ao resgate de famílias ilhadas pelas enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Para o coronel René, como é conhecido, o processo de pacificação abre a possibilidade de o Bope retornar à sua origem - uma unidade para resgate de reféns. Mas antes, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 trazem uma nova ameaça: o terrorismo. “Estamos nos preparando para o pior”, afirma.

Como o senhor vê o futuro do Bope?

O Bope está sempre se modificando em função das necessidades, mas uma coisa é certa: estamos imaginando que o nosso futuro será voltar à origem. Inicialmente, o Bope foi criado como uma unidade para resgatar reféns, mas outras ameaças surgiram e tivemos que atender a essa demanda. Mas, com esse processo de pacificação caminhando, podemos imaginar que daqui a uns 20 ou 30 anos as coisas voltem a ser como antes e voltemos a ser uma unidade de resgate de reféns. Mas sempre pensamos também na pior hipótese. O crime é algo dinâmico. Poderá surgir um novo tipo de ameaça? Vão criar uma nova forma de se comportar, de agir? É um cenário ainda nebuloso, mas para o qual já estamos atentos.

Há uma preparação especial para os grandes eventos esportivos que vêm pela frente?

A Olimpíada e a Copa do Mundo estão sendo o foco da nossa preparação. Estes eventos vão exigir alguns procedimentos técnicos e tecnológicos voltados para ameaças neste cenário. Estamos atentos ao terrorismo e preparados para entrar na área dos grandes eventos. A partir do momento em que o Brasil se firmou como um forte candidato à sede, começamos a nos preparar. Estamos equipando a tropa. Temos um projeto de modernização da unidade. Fazemos treinamentos no Brasil e no exterior. Há três anos já estamos fazendo intercâmbios e nos aprimorando. O terrorismo é a grande expectativa, já que nunca aconteceu por aqui. Estamos nos preparando para o pior.

O senhor é o oficial com mais tempo no Bope – 15 anos. Quais foram os momentos mais críticos que vivenciou na unidade?

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É muito triste quando tem as perdas. É mais um policial, um cidadão que a gente perde por essa violência que se abateu pela cidade. Há também os fatos negativos, como o do ônibus 174, que marcou muito a nossa unidade. Apesar de termos uma capacidade grande de recuperação e de transformar perdas em oportunidades de crescimento, é muito chato quando temos um desfecho que não é o que a gente esperava. Outro caso marcante foi o do menino João Hélio, que foi arrastado num roubo de carro. Muitos aqui têm filhos, nos olhávamos e não conseguíamos tocar no assunto, tamanha a angústia. O policial do Bope percebe que tem que fazer alguma coisa. Então enfim veio uma ordem: vocês têm que atuar lá.

E quais foram as ações?

A PM tinha feito um cerco na região do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro e dois policiais haviam sido mortos de uma maneira bastante cruel. Naquele momento o Bope foi acionado e foi a hora que conseguimos falar “até que enfim que a gente vai mostrar que não está tudo perdido”.

No primeiro dia de operação morreu um policial do Bope, deu na capa do jornal. Percebemos algo muito perigoso e noticiamos: um marginal extremamente agressivo e cruel, a região toda compartimentada, fechada, só com algumas ruas dando passagem. Um quadro extremamente grave. Depois de 10 dias de operação ininterrupta, a população começou a passar por nós e falar, de uma forma muito tímida, “vocês não podem ir embora”, principalmente as senhoras. Só que o Bope não é uma unidade que permanece ad eternum. Alertamos que era preciso permanecer, senão o problema voltaria. A gente foi embora e o problema voltou.

A partir dali desencadeamos uma série de operações e posso afirmar que muito do que se fala de pacificação hoje tem a ver com o que aprendemos ali, assim como com a nossa experiência no Tavares Bastos (favela ao lado da sede do Bope).

E os marcos positivos?

Recentemente houve o sucesso da reconquista daquele espaço, após quatro anos sem ninguém entrar. E agora tem alguém para ficar. Temos mais marcos positivos do que negativos. Do 174 para cá, não perdemos nenhum refém ou policial. Da tela triste tiramos muitos ensinamentos e nos transformamos. Procuramos capacitar o pessoal de uma forma mais precisa, criamos um serviço específico voltado para esse tipo de atividade, investimentos foram feitos nessa área de retomada e resgate.

O que mudou na estratégia de incursão em favelas depois das UPPs?

O Bope está sempre se adaptando. O modelo UPP gerou aqui uma mudança muito grande de conceitos. Éramos uma unidade formada basicamente para o combate ao narcotráfico, hoje estamos mudando. A gente retira as ameaças, mas cuida da população também. Estamos ali para proteger e garantir as vidas. No processo de pacificação, a primeira fase é a dura, a gente vai buscar, prender, capturar, retirar armas e, com os marginais que resistem, infelizmente temos que fazer uso da força letal. Mas depois começa a fase de aproximação com a comunidade. Mostramos que precisamos deles, e isso é uma grande marca.

Há diálogo com as pessoas?

Provocamos reuniões com as comunidades locais onde há uma conversa muito franca. O comandante do Batalhão explica por que os policiais estão ali e o que vai acontecer - vamos precisar fazer revistas, entrar nas casas, parar o transporte, fazer todos descerem, entrar numa escola, numa creche, pedir a uma criança para abrir a mochila - o que é muito chato para nós, mas é necessário, visto que o tráfico faz uso deste tipo de público. O comandante pede que as pessoas participem e ajudem, porque moram ali e conhecem o local.

Tentamos buscar interação com a população e criar interação entre a comunidade através de nós. Desenvolvemos atividades comunitárias. O policial é um combatente, mas também está envolvido em atividades esportivas com crianças da favela ou em eventos religiosos. Logo depois de todas as nossas grandes operações, sempre fazemos um evento religioso nas comunidades. Congregamos toda a população, não só os evangélicos, e tentamos fazer com que todas as crianças participem. Levamos o som, os convidados, personalidades etc.

A atuação do Bope é bem aceita?

Criamos procedimentos técnicos para minimizar o impacto. Nas reuniões, anotamos as reclamações e encaminhamos a um procurador. Caso haja implicações legais, colocamos a tropa em forma e informamos que determinado tipo de ação pode gerar um questionamento legal. Quase em tempo real aparamos os problemas. Uma grande evolução são os sargentos que recebem as reclamações. Eles têm rosto e um telefone celular ligado 24 horas por dia. A pessoa liga e o sargento vai lá, a paisana, ouve a queixa e tenta explicar por que aquilo foi necessário ou orienta sobre o que fazer.

Se a pessoa está se sentindo realmente lesada, ela é convidada a ir no Bope e fazer o registro, e há um procedimento apuratório. Se preferir, ela pode fazer a denúncia numa corregedoria ou ouvidoria. Isso é falado abertamente e gera nas pessoas até um estranhamento. Mas os problemas que aconteceram nas ocupações foram, na maioria, resolvidos com uma explicação, um pedido de desculpas e um aperto de mão. Não tivemos mais queixas em ouvidoria ou delegacia.

Moradores denunciaram mortes na ocupação do Alemão e há denúncias de abuso por parte de policiais do Bope. Essas denúncias estão sendo apuradas?

A operação no Complexo do Alemão agregou outras instituições. Tivemos reclamações nesse sentido sim. Mas quando verificamos a localidade, vimos que o Bope não esteve nessa região. Um protocolo quando temos várias instituições trabalhando num espaço é demarcar as regiões, porque já conhecemos os problemas. A atuação do Bope foi na área do Morrão, e não nos locais dos questionamentos.

Por outro lado, há o problema do uso de uniformes. O Bope tem um padrão. Outras instituições, por não ter um padrão de uniforme definido, como algumas unidades da Polícia Civil, acabam adotando equipamentos muito semelhantes. Em função dos problemas, criamos um diferenciador no nosso uniforme, que é um símbolo grande no braço com a caveira, para melhor caracterizar um policial do Bope. Os problemas que estão sendo apurados pela Corregedoria não dizem respeito à nossa unidade.

Um dos diversos boatos ouvidos sobre esta ocupação é que traficantes teriam fugido dentro de uma viatura da Polícia Civil de Cabo Frio e até dentro do blindado do Bope. Essas denúncias estão sendo investigadas?

Na operação do Complexo do Alemão, nós estávamos na Vila Cruzeiro. Como um camarada iria fugir com um blindado nosso se nós não estávamos lá? Só tínhamos um blindado naquela noite e estava estacionado na Vila Cruzeiro. Havia um planejamento de entrarmos no Alemão num horário X. No horário em que isso teria acontecido, estávamos todos na Vila Cruzeiro. São declarações que estão soltas por aí não sei com que objetivo.

Há câmeras dentro dos blindados?

Não, mas há um controle de GPS, então é fácil apurar. Mas coloco a minha mão no fogo que isso não aconteceu.

O filme Tropa de Elite fortaleceu ou prejudicou a imagem do Bope?

Essa é a grande interrogação. O primeiro filme foi uma produção independente, do diretor Padilha e do Pimentel, que serviu aqui conosco e de quem gostamos muito. Não é um documentário, não traduz a realidade e as coisas que acontecem aqui. Ele procura buscar uma ligação com a realidade, mas é a visão deles, é um retrato da instituição em um determinado momento, entre 1995 e 1996.

De lá pra cá, muita coisa se modificou. O filme causou um grande espanto. De um lado, mostrava uma instituição policial extremamente desgastada, sem equipamento, com corrupção. Por outro, mostrava uma unidade extremamente vocacionada, motivada, obstinada, mas também com um grau de violência muito grande.

Talvez um leigo não entenda, mas do lado de lá há marginais extremamente agressivos. Em nenhum lugar do mundo há, numa área urbana, camarada com fuzis, granadas, que expulsam pessoas, cortam cabeça e incendeiam gente, como foi o caso do Tim Lopes e outros. O filme também mostrou um lado que ninguém havia mostrado ainda: de que maneira a sociedade se comporta com relação a isso. E aí foi um grande choque. No cenário, um aluno de faculdade, que era o consumidor, é contra a ação policial, mas também se torna vítima.

No ano do lançamento do filme, participamos pela primeira vez do desfile de 7 de setembro. Era uma prova de fogo pra nós. Fomos aplaudidos do início ao fim da avenida, literalmente. Uma grande surpresa. Foi sintomático: a população não queria mais esse quadro limite de violência e acreditava muito na gente, pelo que vimos. Isso aumentou muito nossa responsabilidade e trouxe também, obviamente, notoriedade e publicidade.

Na sua opinião, essa aprovação da sociedade se deve à percepção de o Bope ser a unidade "que mata os bandidos" ou à sua fama de séria e incorruptível?

As duas coisas. Primeiro, ninguém mais aguenta esse quadro que estamos vivendo no Rio de Janeiro, o cidadão sair de casa e não saber se vai voltar. Aí entra aquela figura do imaginário que vai tratar disso. Todo mundo tem sede de matar, e se alguém tem que matar, esse alguém tem que ser nós. Por outro lado, é a questão da corrupção também. Isso é uma marca nossa. Não permitir, não aceitar.

O que a tropa deve fazer se houver reação numa operação?

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O Bope não entra atirando. Primeiro, temos preparação técnica para não fazer isso. Segundo, temos o blindado, que é um equipamento de proteção, que nos protege dos tiros que tomamos. Existe uma coisa chamada seletividade do tiro. Somos treinados para efetuar disparos naquilo que a gente vê, que está próximo, que legalmente nós entendemos como um “alvo atirável”. Há um aspecto legal, a lei que dá o embasamento para a resposta do tiro. Além da preparação técnica, fazemos o controle de consumo de munição.

Mas, do lado de lá, há um camarada extremamente cruel, que faz uso de um fuzil, uma arma de guerra, de uma forma totalmente descompromissada. É um cenário difícil e delicado. E a resposta tem que ser dura. Operações especiais para problemas especiais. Não dá para aplicar o padrão policial tradicional, “para, baixa a arma, joga ela no chão”, com um camarada armado de fuzil, quatro carregadores e uma bolsa de granadas. Não funciona assim. Temos um pequeno número de policiais mortos em serviço, mas um grande número de policiais lesionados em serviço por estilhaçamento por fragmentos de granadas. É um cenário que nós enfrentamos.

E como é o treinamento dos policiais?

Para ser policial do Bope é preciso passar pela Academia de Oficiais ou a Escola de Praças como todos os outros. Depis de formado, o policial é convidado a fazer um curso de especialização da unidade. Para os oficiais é o curso de Operações Especiais, de três meses, que capacita o oficial a cumprir todo e qualquer tipo de operação no cenário do Rio de Janeiro.

E para os cabos e soldados há o curso de Ações Táticas, de 45 dias, que dá uma noção técnica mínima para as operações em área urbana, tanto contra o narcotráfico como de resgate de refém. Terminados esses cursos eles vêm servir na unidade, mas passam constantemente por treinamentos. Estamos sempre em evolução. Hoje fazemos intercâmbios fora do país.

Como os policiais são capacitados para a missão de entrar em comunidades? Há noções de direitos humanos?

Os direitos humanos chegaram no Brasil meio que empurrados. Difundiu-se aquela ideia de que direitos humanos são para bandido. E na verdade não são. Os maiores destinatários e defensores somos nós. Mas isso não foi explicado e conduzido de uma maneira correta por algumas instituições e segmentos da sociedade.

As primeiras instruções do Curso de Operações Especiais são sobre direitos humanos, comunicação com o público, linguagem corporal. Há protocolos da ONU sobre como tratar a população civil. Comparando as nossas ações com as de forças armadas do mundo inteiro, temos padrões de operação muito semelhantes. Não há como afastar a população civil deste processo, ela é a destinatária do nosso trabalho. É protocolar trazer palestrantes da área de direito, sociologia, psicologia. Temos uma psicóloga aqui cujo trabalho é fundamental. Semana passada tivemos uma palestra sobre gerenciamento de recursos humanos e tratamento de erro.

O que é tratamento de erro?

Quando se erra durante a execução de seu trabalho, que medidas devem ser tomadas dos pontos de vista legal, ético, técnico? Qual é o entendimento da instituição? Trabalhamos para que não se erre e para que o nível de segurança seja o maior possível. Mas existe a possibilidade de sairmos lesionados e eventualmente de errarmos, produzindo resultados indesejados. Isso está previsto na nossa atividade, não há como negar. Mas temos que trabalhar para reduzir isso a zero.

Como o senhor vê o processo de mudança do Bope? O que era antes e o que é agora?

O Bope é uma unidade extremamente dinâmica. Surgiu em 1978 em função de uma ocorrência com reféns. Na Quinta da Boa Vista havia um presídio onde houve uma rebelião, os diretores foram tomados reféns. Na época não existia na estrutura da segurança do estado uma unidade com capacidade de dar uma resposta àquela necessidade. O coronel Amêndola fez uma proposta, convenceu o secretário e veio a ser o primeiro comandante do Bope.

Os anos se passaram e começamos a ver um tráfico se aproveitando das áreas carentes, das favelas, tirando vantagem por causa do terreno, da situação geográfica, da pobreza. Os traficantes ocuparam o espaço e se armaram. Para que se faça frente a essa ameaça é preciso ter policiais treinados e habilitados numa unidade especial. E quem dentro da estrutura de segurança tem essa capacidade? O Bope. Então na década de 1980 começamos a criar procedimentos contra essa nova ameaça.

O Bope está sempre evoluindo e acompanhando a demanda de acordo com a violência. Como somos uma unidade especial, temos que estar atentos ao que está acontecendo e criar procedimentos para inibir qualquer tipo de ameaça que apareça na nossa sociedade.

Como é o relacionamento com a população da favela Tavares Bastos, onde o Bope está localizado?

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O Bope chegou na Tavares Bastos em 2000. Era uma favela perigosa e nossa primeira atitude foi de reprimir. Depois, fomos nos aproximando naturalmente da população. Aqui não tem cantina. Para tomar uma Coca-Cola tem que ir ali comprar. Converso com o dono do bar. Temos um campo de futebol, convidamos para vir jogar. Corto o cabelo num barbeiro lá.

Começamos a ter uma interação e uma empatia muito grande com a comunidade aqui. Conseguimos recursos para o financiamento de projetos. Uma criança que mora aqui pode ter uma qualidade de vida até melhor do que uma de Ipanema, onde o custo para os pais é muito grande. Eles têm inglês, balé, futebol, lutas. Fazem competições de esporte aqui e depois vão competir em outros lugares. As senhoras têm ginástica para a terceira idade com um cabo nosso. Elas vêm para a academia aos sábados fazer musculação.

O que muda no Bope na sua gestão? O senhor tem alguma forma particular de agir? Que marca quer deixar?

Uma marca muito pessoal minha é estar presente nos acontecimentos, na execução das atividades. Chego de manhã, já vou pra educação física, troco informação, é um momento até de lazer. Também dou respaldo. Quando o comandante está junto, parece que as coisas vão sair, vão melhorar, o pessoal fica empolgado. Costumo dar sempre exemplo para os meus amigos profissionais.

O Bope já tem um formato interessante, com uns planejamentos já feitos. eu sair amanhã, quem me substituir pode mudar uma coisa ou outra, mas os planejamentos seguem. Neste ano vamos dar sequência ao que foi projetado por nós no ano passado e vamos nos preparar o próximo ano – sempre com a minha marca de estar muito presente nas ações. Temos um compromisso, que é crescer cada vez mais. Já perdemos muitos colegas, muita gente lá atrás já sofreu. Temos que entregar um batalhão melhor do que recebemos.

Como foi a sua trajetória na Polícia Militar?

Cheguei na PM em 1989, fiz três anos de formação na Academia de Polícia e fui designado ao 2o Batalhão, de Botafogo, onde cumpri meu período de aspirante a primeiro tenente. Lá tive uma vivência interessante de formação em Polícia Comunitária. Tive oportunidade de implantar o policiamento comunitário da Urca e de Laranjeiras, que foram os primeiros e funcionam até hoje. Foi na época do coronel Nazareth Cerqueira como comandante-geral, que foi quem começou a trazer as informações sobre polícia comunitária, as experiências nos Estados Unidos, no Japão.

Por que ingressou no Bope?

Ao entrar na PM eu já alimentava um sonho de servir nesta unidade. Sou filho de policial civil, meu pai era ligado ao Grupo de Operações Especiais (atual Core), então já tinha essa referência familiar, convivia com o meio das operações especiais. Em 1995, fiz o curso de Operações Especiais e então vim servir no Bope. Desde então, fiz diversos cursos de especialização, no Brasil, no exterior, nas Forças Armadas.

Quem são os 'caveiras'?

São seres humanos, policiais vocacionados, são maridos, pais, filhos, pessoas. A partir do momento em que as pessoas se aproximam da gente, elas sentem isso. São pessoas que têm sentimentos. Só que a gente tem uma preparação técnica específica para determinadas ações que acabam traçando um perfil profissional que, aos olhos de um leigo, parece transformar a pessoa. Mas não, somos pessoas normais, temos sentimento, a gente chora, às vezes ficamos agoniados também. O sentimento de cumprimento do dever aqui nosso é muito forte. Isso é o grande diferencial no nosso lado profissional.

Fonte: http://www.comunidadesegura.org/pt-br/MATERIA-o-futuro-do-bope-pode-ser-voltar-a-origem
http://www2.forumseguranca.org.br/

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

BBB 11: Tortura na Prova do Líder

Hitler ficaria orgulhoso do “BBB11”
Publicado por: Ale Rocha, em 04/02/2011 - 14h17

Após a câmara de gás patrocinada pela Fiat no "BBB10", neste ano a Knorr decidiu promover um novo produto colocando os participantes da 11ª edição do "Big Brother Brasil" dentro de um forno. Os responsáveis pela Prova do Líder iniciada nesta quinta-feira (3/2) estão de parabéns. Se estivesse vivo, Adolf Hitler ficaria orgulhoso

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Adriana, Cristiano, Daniel, Diana, Diogo, Janaína, Jaqueline, Lucival, Maria, Natalia, Paula, Rodrigão, Talula e Wesley tiveram que se vestir de frango assado, cobertos por um saco plástico que permitia ventilação apenas por baixo, pela abertura por onde entraram. Ao público coube o papel de carrasco, votando durante a prova qual grupo (azul, laranja, verde ou vermelho) ia para o forno.

O que Pedro Bial chamou de teste de resistência, eu defino como tortura. Afinal, a pressão física e psicológica sobre os participantes começou muito antes da Prova do Líder. Durante boa parte do dia, a produção do "BBB" infernizou os confinados com música em alto volume dentro da casa, impedindo o descanso. Ao longo da Prova, os participantes demonstraram preocupação com a saúde. Todos reclamavam do calor. Volta e meia um confinado perguntava ao outro se estava tudo bem. Os responsáveis pelo desafio, sejam da produção do reality show, sejam da área de marketing da Knorr, deveriam se envergonhar do que fizeram.

BBB11 - Prova do Líder - Frango Assado Knorr

No entanto, não há grande surpresa no fato. Colocar os participantes em risco é uma especialidade do "BBB". Como escrevi logo no começo do texto, no ano passado a Fiat patrocinou uma Prova do Líder na qual os confinados foram presos em uma garagem de aproximadamente 15 m². Dentro, eles encaravam mudanças bruscas de temperatura e luminosidade, vento intenso e chuva gelada.

No "BBB 8", Juliana desmaiou ao ser trancafiada e permanecer imóvel em uma cabine apertada. Em vez de suspender a prova, a produção do programa se limitou a anunciar a eliminação da garota, que foi socorrida por outros participantes.

Neste "BBB 11", chegamos ao limite do tolerável. No último final de semana, em menos de 24 horas, duas participantes passaram mal dentro da casa. Michelly desmaiou alcoolizada durante a Festa Fusion (29/1) e Paula chegou a ter uma convulsão após a Prova da Comida realizada no domingo (30).

No Twitter, o a Prova do Líder do frango assado dividiu opiniões. Parte afirmou que não comprará mais produtos da Knorr. Outros demonstraram sadismo. Vibraram e incentivaram com o espetáculo de mau gosto parecido com aqueles exibidos nos filmes "O Albergue" e "Jogos Mortais".


Repito o que escrevi no ano passado: não tenho nada contra as provas de resistência. São válidas e fazem parte do programa. O problema está em alguns desafios que colocam em risco a saúde dos confinados. Sim, os participantes podem abandonar a competição, mas a pressão pelo prêmio de R$ 1,5 milhão é enorme.

Eu tinha interesse em comprar o tal frango assado. Parece prático. Porém, após a Prova do Líder, não comprarei e recomendo que ninguém o faça. Não se tratou de um desafio de resistência. Foi tortura.

Fonte: http://bbb11.yahoo.net/blog/95/hitler-ficaria-orgulhoso-do-bbb11.html