ENTREVISTA / Tenente-coronel Wilman René Gonçalves Alonso
"Da tela triste tiramos ensinamentos e nos transformamos." A frase é do comandante do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro (Bope), tenente coronel Wilman René Gonçalves Alonso, oficial com mais tempo na unidade - 15 anos.
Em entrevista ao Comunidade Segura, ele revela o dinamismo do Bope, das operações de combate ao tráfico à interação social com as comunidades, do resgate de reféns ao resgate de famílias ilhadas pelas enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Para o coronel René, como é conhecido, o processo de pacificação abre a possibilidade de o Bope retornar à sua origem - uma unidade para resgate de reféns. Mas antes, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 trazem uma nova ameaça: o terrorismo. “Estamos nos preparando para o pior”, afirma.
Como o senhor vê o futuro do Bope?
O Bope está sempre se modificando em função das necessidades, mas uma coisa é certa: estamos imaginando que o nosso futuro será voltar à origem. Inicialmente, o Bope foi criado como uma unidade para resgatar reféns, mas outras ameaças surgiram e tivemos que atender a essa demanda. Mas, com esse processo de pacificação caminhando, podemos imaginar que daqui a uns 20 ou 30 anos as coisas voltem a ser como antes e voltemos a ser uma unidade de resgate de reféns. Mas sempre pensamos também na pior hipótese. O crime é algo dinâmico. Poderá surgir um novo tipo de ameaça? Vão criar uma nova forma de se comportar, de agir? É um cenário ainda nebuloso, mas para o qual já estamos atentos.
Há uma preparação especial para os grandes eventos esportivos que vêm pela frente?
A Olimpíada e a Copa do Mundo estão sendo o foco da nossa preparação. Estes eventos vão exigir alguns procedimentos técnicos e tecnológicos voltados para ameaças neste cenário. Estamos atentos ao terrorismo e preparados para entrar na área dos grandes eventos. A partir do momento em que o Brasil se firmou como um forte candidato à sede, começamos a nos preparar. Estamos equipando a tropa. Temos um projeto de modernização da unidade. Fazemos treinamentos no Brasil e no exterior. Há três anos já estamos fazendo intercâmbios e nos aprimorando. O terrorismo é a grande expectativa, já que nunca aconteceu por aqui. Estamos nos preparando para o pior.
O senhor é o oficial com mais tempo no Bope – 15 anos. Quais foram os momentos mais críticos que vivenciou na unidade?
É muito triste quando tem as perdas. É mais um policial, um cidadão que a gente perde por essa violência que se abateu pela cidade. Há também os fatos negativos, como o do ônibus 174, que marcou muito a nossa unidade. Apesar de termos uma capacidade grande de recuperação e de transformar perdas em oportunidades de crescimento, é muito chato quando temos um desfecho que não é o que a gente esperava. Outro caso marcante foi o do menino João Hélio, que foi arrastado num roubo de carro. Muitos aqui têm filhos, nos olhávamos e não conseguíamos tocar no assunto, tamanha a angústia. O policial do Bope percebe que tem que fazer alguma coisa. Então enfim veio uma ordem: vocês têm que atuar lá.
E quais foram as ações?
A PM tinha feito um cerco na região do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro e dois policiais haviam sido mortos de uma maneira bastante cruel. Naquele momento o Bope foi acionado e foi a hora que conseguimos falar “até que enfim que a gente vai mostrar que não está tudo perdido”.
No primeiro dia de operação morreu um policial do Bope, deu na capa do jornal. Percebemos algo muito perigoso e noticiamos: um marginal extremamente agressivo e cruel, a região toda compartimentada, fechada, só com algumas ruas dando passagem. Um quadro extremamente grave. Depois de 10 dias de operação ininterrupta, a população começou a passar por nós e falar, de uma forma muito tímida, “vocês não podem ir embora”, principalmente as senhoras. Só que o Bope não é uma unidade que permanece ad eternum. Alertamos que era preciso permanecer, senão o problema voltaria. A gente foi embora e o problema voltou.
A partir dali desencadeamos uma série de operações e posso afirmar que muito do que se fala de pacificação hoje tem a ver com o que aprendemos ali, assim como com a nossa experiência no Tavares Bastos (favela ao lado da sede do Bope).
E os marcos positivos?
Recentemente houve o sucesso da reconquista daquele espaço, após quatro anos sem ninguém entrar. E agora tem alguém para ficar. Temos mais marcos positivos do que negativos. Do 174 para cá, não perdemos nenhum refém ou policial. Da tela triste tiramos muitos ensinamentos e nos transformamos. Procuramos capacitar o pessoal de uma forma mais precisa, criamos um serviço específico voltado para esse tipo de atividade, investimentos foram feitos nessa área de retomada e resgate.
O que mudou na estratégia de incursão em favelas depois das UPPs?
O Bope está sempre se adaptando. O modelo UPP gerou aqui uma mudança muito grande de conceitos. Éramos uma unidade formada basicamente para o combate ao narcotráfico, hoje estamos mudando. A gente retira as ameaças, mas cuida da população também. Estamos ali para proteger e garantir as vidas. No processo de pacificação, a primeira fase é a dura, a gente vai buscar, prender, capturar, retirar armas e, com os marginais que resistem, infelizmente temos que fazer uso da força letal. Mas depois começa a fase de aproximação com a comunidade. Mostramos que precisamos deles, e isso é uma grande marca.
Há diálogo com as pessoas?
Provocamos reuniões com as comunidades locais onde há uma conversa muito franca. O comandante do Batalhão explica por que os policiais estão ali e o que vai acontecer - vamos precisar fazer revistas, entrar nas casas, parar o transporte, fazer todos descerem, entrar numa escola, numa creche, pedir a uma criança para abrir a mochila - o que é muito chato para nós, mas é necessário, visto que o tráfico faz uso deste tipo de público. O comandante pede que as pessoas participem e ajudem, porque moram ali e conhecem o local.
Tentamos buscar interação com a população e criar interação entre a comunidade através de nós. Desenvolvemos atividades comunitárias. O policial é um combatente, mas também está envolvido em atividades esportivas com crianças da favela ou em eventos religiosos. Logo depois de todas as nossas grandes operações, sempre fazemos um evento religioso nas comunidades. Congregamos toda a população, não só os evangélicos, e tentamos fazer com que todas as crianças participem. Levamos o som, os convidados, personalidades etc.
A atuação do Bope é bem aceita?
Criamos procedimentos técnicos para minimizar o impacto. Nas reuniões, anotamos as reclamações e encaminhamos a um procurador. Caso haja implicações legais, colocamos a tropa em forma e informamos que determinado tipo de ação pode gerar um questionamento legal. Quase em tempo real aparamos os problemas. Uma grande evolução são os sargentos que recebem as reclamações. Eles têm rosto e um telefone celular ligado 24 horas por dia. A pessoa liga e o sargento vai lá, a paisana, ouve a queixa e tenta explicar por que aquilo foi necessário ou orienta sobre o que fazer.
Se a pessoa está se sentindo realmente lesada, ela é convidada a ir no Bope e fazer o registro, e há um procedimento apuratório. Se preferir, ela pode fazer a denúncia numa corregedoria ou ouvidoria. Isso é falado abertamente e gera nas pessoas até um estranhamento. Mas os problemas que aconteceram nas ocupações foram, na maioria, resolvidos com uma explicação, um pedido de desculpas e um aperto de mão. Não tivemos mais queixas em ouvidoria ou delegacia.
Moradores denunciaram mortes na ocupação do Alemão e há denúncias de abuso por parte de policiais do Bope. Essas denúncias estão sendo apuradas?
A operação no Complexo do Alemão agregou outras instituições. Tivemos reclamações nesse sentido sim. Mas quando verificamos a localidade, vimos que o Bope não esteve nessa região. Um protocolo quando temos várias instituições trabalhando num espaço é demarcar as regiões, porque já conhecemos os problemas. A atuação do Bope foi na área do Morrão, e não nos locais dos questionamentos.
Por outro lado, há o problema do uso de uniformes. O Bope tem um padrão. Outras instituições, por não ter um padrão de uniforme definido, como algumas unidades da Polícia Civil, acabam adotando equipamentos muito semelhantes. Em função dos problemas, criamos um diferenciador no nosso uniforme, que é um símbolo grande no braço com a caveira, para melhor caracterizar um policial do Bope. Os problemas que estão sendo apurados pela Corregedoria não dizem respeito à nossa unidade.
Um dos diversos boatos ouvidos sobre esta ocupação é que traficantes teriam fugido dentro de uma viatura da Polícia Civil de Cabo Frio e até dentro do blindado do Bope. Essas denúncias estão sendo investigadas?
Na operação do Complexo do Alemão, nós estávamos na Vila Cruzeiro. Como um camarada iria fugir com um blindado nosso se nós não estávamos lá? Só tínhamos um blindado naquela noite e estava estacionado na Vila Cruzeiro. Havia um planejamento de entrarmos no Alemão num horário X. No horário em que isso teria acontecido, estávamos todos na Vila Cruzeiro. São declarações que estão soltas por aí não sei com que objetivo.
Há câmeras dentro dos blindados?
Não, mas há um controle de GPS, então é fácil apurar. Mas coloco a minha mão no fogo que isso não aconteceu.
O filme Tropa de Elite fortaleceu ou prejudicou a imagem do Bope?
Essa é a grande interrogação. O primeiro filme foi uma produção independente, do diretor Padilha e do Pimentel, que serviu aqui conosco e de quem gostamos muito. Não é um documentário, não traduz a realidade e as coisas que acontecem aqui. Ele procura buscar uma ligação com a realidade, mas é a visão deles, é um retrato da instituição em um determinado momento, entre 1995 e 1996.
De lá pra cá, muita coisa se modificou. O filme causou um grande espanto. De um lado, mostrava uma instituição policial extremamente desgastada, sem equipamento, com corrupção. Por outro, mostrava uma unidade extremamente vocacionada, motivada, obstinada, mas também com um grau de violência muito grande.
Talvez um leigo não entenda, mas do lado de lá há marginais extremamente agressivos. Em nenhum lugar do mundo há, numa área urbana, camarada com fuzis, granadas, que expulsam pessoas, cortam cabeça e incendeiam gente, como foi o caso do Tim Lopes e outros. O filme também mostrou um lado que ninguém havia mostrado ainda: de que maneira a sociedade se comporta com relação a isso. E aí foi um grande choque. No cenário, um aluno de faculdade, que era o consumidor, é contra a ação policial, mas também se torna vítima.
No ano do lançamento do filme, participamos pela primeira vez do desfile de 7 de setembro. Era uma prova de fogo pra nós. Fomos aplaudidos do início ao fim da avenida, literalmente. Uma grande surpresa. Foi sintomático: a população não queria mais esse quadro limite de violência e acreditava muito na gente, pelo que vimos. Isso aumentou muito nossa responsabilidade e trouxe também, obviamente, notoriedade e publicidade.
Na sua opinião, essa aprovação da sociedade se deve à percepção de o Bope ser a unidade "que mata os bandidos" ou à sua fama de séria e incorruptível?
As duas coisas. Primeiro, ninguém mais aguenta esse quadro que estamos vivendo no Rio de Janeiro, o cidadão sair de casa e não saber se vai voltar. Aí entra aquela figura do imaginário que vai tratar disso. Todo mundo tem sede de matar, e se alguém tem que matar, esse alguém tem que ser nós. Por outro lado, é a questão da corrupção também. Isso é uma marca nossa. Não permitir, não aceitar.
O que a tropa deve fazer se houver reação numa operação?
O Bope não entra atirando. Primeiro, temos preparação técnica para não fazer isso. Segundo, temos o blindado, que é um equipamento de proteção, que nos protege dos tiros que tomamos. Existe uma coisa chamada seletividade do tiro. Somos treinados para efetuar disparos naquilo que a gente vê, que está próximo, que legalmente nós entendemos como um “alvo atirável”. Há um aspecto legal, a lei que dá o embasamento para a resposta do tiro. Além da preparação técnica, fazemos o controle de consumo de munição.
Mas, do lado de lá, há um camarada extremamente cruel, que faz uso de um fuzil, uma arma de guerra, de uma forma totalmente descompromissada. É um cenário difícil e delicado. E a resposta tem que ser dura. Operações especiais para problemas especiais. Não dá para aplicar o padrão policial tradicional, “para, baixa a arma, joga ela no chão”, com um camarada armado de fuzil, quatro carregadores e uma bolsa de granadas. Não funciona assim. Temos um pequeno número de policiais mortos em serviço, mas um grande número de policiais lesionados em serviço por estilhaçamento por fragmentos de granadas. É um cenário que nós enfrentamos.
E como é o treinamento dos policiais?
Para ser policial do Bope é preciso passar pela Academia de Oficiais ou a Escola de Praças como todos os outros. Depis de formado, o policial é convidado a fazer um curso de especialização da unidade. Para os oficiais é o curso de Operações Especiais, de três meses, que capacita o oficial a cumprir todo e qualquer tipo de operação no cenário do Rio de Janeiro.
E para os cabos e soldados há o curso de Ações Táticas, de 45 dias, que dá uma noção técnica mínima para as operações em área urbana, tanto contra o narcotráfico como de resgate de refém. Terminados esses cursos eles vêm servir na unidade, mas passam constantemente por treinamentos. Estamos sempre em evolução. Hoje fazemos intercâmbios fora do país.
Como os policiais são capacitados para a missão de entrar em comunidades? Há noções de direitos humanos?
Os direitos humanos chegaram no Brasil meio que empurrados. Difundiu-se aquela ideia de que direitos humanos são para bandido. E na verdade não são. Os maiores destinatários e defensores somos nós. Mas isso não foi explicado e conduzido de uma maneira correta por algumas instituições e segmentos da sociedade.
As primeiras instruções do Curso de Operações Especiais são sobre direitos humanos, comunicação com o público, linguagem corporal. Há protocolos da ONU sobre como tratar a população civil. Comparando as nossas ações com as de forças armadas do mundo inteiro, temos padrões de operação muito semelhantes. Não há como afastar a população civil deste processo, ela é a destinatária do nosso trabalho. É protocolar trazer palestrantes da área de direito, sociologia, psicologia. Temos uma psicóloga aqui cujo trabalho é fundamental. Semana passada tivemos uma palestra sobre gerenciamento de recursos humanos e tratamento de erro.
O que é tratamento de erro?
Quando se erra durante a execução de seu trabalho, que medidas devem ser tomadas dos pontos de vista legal, ético, técnico? Qual é o entendimento da instituição? Trabalhamos para que não se erre e para que o nível de segurança seja o maior possível. Mas existe a possibilidade de sairmos lesionados e eventualmente de errarmos, produzindo resultados indesejados. Isso está previsto na nossa atividade, não há como negar. Mas temos que trabalhar para reduzir isso a zero.
Como o senhor vê o processo de mudança do Bope? O que era antes e o que é agora?
O Bope é uma unidade extremamente dinâmica. Surgiu em 1978 em função de uma ocorrência com reféns. Na Quinta da Boa Vista havia um presídio onde houve uma rebelião, os diretores foram tomados reféns. Na época não existia na estrutura da segurança do estado uma unidade com capacidade de dar uma resposta àquela necessidade. O coronel Amêndola fez uma proposta, convenceu o secretário e veio a ser o primeiro comandante do Bope.
Os anos se passaram e começamos a ver um tráfico se aproveitando das áreas carentes, das favelas, tirando vantagem por causa do terreno, da situação geográfica, da pobreza. Os traficantes ocuparam o espaço e se armaram. Para que se faça frente a essa ameaça é preciso ter policiais treinados e habilitados numa unidade especial. E quem dentro da estrutura de segurança tem essa capacidade? O Bope. Então na década de 1980 começamos a criar procedimentos contra essa nova ameaça.
O Bope está sempre evoluindo e acompanhando a demanda de acordo com a violência. Como somos uma unidade especial, temos que estar atentos ao que está acontecendo e criar procedimentos para inibir qualquer tipo de ameaça que apareça na nossa sociedade.
Como é o relacionamento com a população da favela Tavares Bastos, onde o Bope está localizado?
O Bope chegou na Tavares Bastos em 2000. Era uma favela perigosa e nossa primeira atitude foi de reprimir. Depois, fomos nos aproximando naturalmente da população. Aqui não tem cantina. Para tomar uma Coca-Cola tem que ir ali comprar. Converso com o dono do bar. Temos um campo de futebol, convidamos para vir jogar. Corto o cabelo num barbeiro lá.
Começamos a ter uma interação e uma empatia muito grande com a comunidade aqui. Conseguimos recursos para o financiamento de projetos. Uma criança que mora aqui pode ter uma qualidade de vida até melhor do que uma de Ipanema, onde o custo para os pais é muito grande. Eles têm inglês, balé, futebol, lutas. Fazem competições de esporte aqui e depois vão competir em outros lugares. As senhoras têm ginástica para a terceira idade com um cabo nosso. Elas vêm para a academia aos sábados fazer musculação.
O que muda no Bope na sua gestão? O senhor tem alguma forma particular de agir? Que marca quer deixar?
Uma marca muito pessoal minha é estar presente nos acontecimentos, na execução das atividades. Chego de manhã, já vou pra educação física, troco informação, é um momento até de lazer. Também dou respaldo. Quando o comandante está junto, parece que as coisas vão sair, vão melhorar, o pessoal fica empolgado. Costumo dar sempre exemplo para os meus amigos profissionais.
O Bope já tem um formato interessante, com uns planejamentos já feitos. eu sair amanhã, quem me substituir pode mudar uma coisa ou outra, mas os planejamentos seguem. Neste ano vamos dar sequência ao que foi projetado por nós no ano passado e vamos nos preparar o próximo ano – sempre com a minha marca de estar muito presente nas ações. Temos um compromisso, que é crescer cada vez mais. Já perdemos muitos colegas, muita gente lá atrás já sofreu. Temos que entregar um batalhão melhor do que recebemos.
Como foi a sua trajetória na Polícia Militar?
Cheguei na PM em 1989, fiz três anos de formação na Academia de Polícia e fui designado ao 2o Batalhão, de Botafogo, onde cumpri meu período de aspirante a primeiro tenente. Lá tive uma vivência interessante de formação em Polícia Comunitária. Tive oportunidade de implantar o policiamento comunitário da Urca e de Laranjeiras, que foram os primeiros e funcionam até hoje. Foi na época do coronel Nazareth Cerqueira como comandante-geral, que foi quem começou a trazer as informações sobre polícia comunitária, as experiências nos Estados Unidos, no Japão.
Por que ingressou no Bope?
Ao entrar na PM eu já alimentava um sonho de servir nesta unidade. Sou filho de policial civil, meu pai era ligado ao Grupo de Operações Especiais (atual Core), então já tinha essa referência familiar, convivia com o meio das operações especiais. Em 1995, fiz o curso de Operações Especiais e então vim servir no Bope. Desde então, fiz diversos cursos de especialização, no Brasil, no exterior, nas Forças Armadas.
Quem são os 'caveiras'?
São seres humanos, policiais vocacionados, são maridos, pais, filhos, pessoas. A partir do momento em que as pessoas se aproximam da gente, elas sentem isso. São pessoas que têm sentimentos. Só que a gente tem uma preparação técnica específica para determinadas ações que acabam traçando um perfil profissional que, aos olhos de um leigo, parece transformar a pessoa. Mas não, somos pessoas normais, temos sentimento, a gente chora, às vezes ficamos agoniados também. O sentimento de cumprimento do dever aqui nosso é muito forte. Isso é o grande diferencial no nosso lado profissional.
Fonte: http://www.comunidadesegura.org/pt-br/MATERIA-o-futuro-do-bope-pode-ser-voltar-a-origemhttp://www2.forumseguranca.org.br/
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