sábado, 2 de julho de 2011

Como ser uma boa patroa

Mudanças nas leis trabalhistas para empregados domésticos reacendem dúvidas sobre velhos hábitos, nem sempre tão profissionais



A relação patroa e empregada nem sempre é fácil. Um dos motivos é a dificuldade em se manter uma relação profissional em um ambiente tão íntimo quanto a própria casa, o que faz com que misturar direitos e deveres com sentimentos seja comum. Algumas mudanças nas leis trabalhistas aprovadas recentemente ampliam o direitos da categoria - e reabrem discussões sobre velhos hábitos da complexa relação patroa x empregada.

O que é certo ou errado nas relações com os empregados domésticos
Veja situações comuns que podem causar dúvidas e até atritos na relação entre patroa e doméstica
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Existem várias maneiras de cultivar um bom relacionamento com sua empregada doméstica e fazer com que essa parceria tenha vida longa. O consultor de etiqueta Fabio Arruda ajuda a desvendar o que é certo ou errado:

Pedir que fique até mais tarde
Errado, sempre. Se ultrapassou o horário, tem que haver pagamento de hora-extra. “Não pode ter folga de nenhum dos dois lados. A doméstica também tem sua casa e sua família para cuidar. Uma exceção hoje e outra amanhã acaba virando regra”.

Oferecer uma comida diferente da sua
Errado. Também é errado obrigar que ela espere seus horários para só depois fazer suas refeições. “Quem acha que restringir a comida da empregada fará tanta diferença no bolso, deve economizar realmente e não ter funcionária. É melhor que cozinhe, passe e lave sozinha”

Pedir para levar o cachorro para passear
Certo, desde que você deixe claro essa função ao contratar a empregada. “Ela só aceitará o trabalho se sentir-se preparada para realizar todas as atividades que você descrever. Se isso não foi conversado claramente, ela faz se quiser”.

Exigir o uso de uniforme
Certo. Dentro do ambiente de trabalho não tem problema algum e não há motivo para vergonha por parte da doméstica. “Ela vai evitar desgaste das suas próprias roupas. Acho uniforme ótimo. Porém, se ela não quiser sair na rua com o uniforme, é um direito dela”.

Querer privacidade
Certo. Se você tem algum assunto particular para falar com alguém, tem todo o direito de entrar em um ambiente e fechar a porta. Você está na sua casa. “Não espere que sua empregada seja cega, surda e muda enquanto você conta uma história interessantíssima em alto e bom som na frente dela. Até eu ficaria curioso para saber o final”.

Expor sua vida
Errado. O respeito começa a se perder quando mistura demais o relacionamento. “O estereótipo de empregada que as novelas passam é de que as funcionárias são extremamente palpiteiras e dão opinião na vida da família inteira, até mais que um parente. A relação tem que ser profissional, por mais que haja um pouco de intimidade”.

Comer em ambiente separado
Certo. Se a casa tiver dimensão para isso e esse for o costume da sua família, tudo bem. “Existem pessoas que gostam de almoçar sozinhas porque querem refletir sobre algo. Do mesmo jeito que existem funcionários que não ficam à vontade se alimentando com o patrão. Depende da rotina de cada casa”.

Gritar e acusar
Errado. Esta é uma relação profissional em que você é a chefe. Basta imaginar como seria se, no seu escritório, seu chefe a tratasse assim. É a mesma coisa. “Nunca repreenda a doméstica na frente de outras pessoas, e nem a acuse dos objetos quebrados ou sumidos sem ter provas. Isso não significa que não é preciso ter limites e cobrar pelo que é pago. Mas, abusar e discriminar, jamais”.

Nada adianta viver em harmonia com a sua empregada e estar em débito com os direitos trabalhistas. Para evitar ações judiciais, é importante manter a carteira de trabalho em dia. Segundo o Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (IPEA), menos de 30% das empregadas domésticas no Brasil têm registro em carteira. “A legislação brasileira nós dá o direito de carteira assinada, férias, licença-maternidade, 13º salário, repouso semanal e aviso prévio”, esclarece Creuza Maria de Oliveira, presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas.

Fonte: http://delas.ig.com.br/comportamento/trabalho

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